Guimarães Rosa escreveu uma vez que Deus coloca certas pessoas na vida da gente para nos ensinar a sorrir, e depois as tira para ver se a gente já aprendeu a sorrir sozinha. Penso que assim que José Santana Filho (o Barão) será lembrado, como alguém que veio ao mundo para ensinar outros a sorrir. E cumpriu sua missão.
Ele, homem de tantas missões, foi combatente na Segunda Guerra Mundial pela nossa Força Expedicionária Brasileira (FEB), nos anos de 1944 e 1945, servindo o País em território italiano pelo 11° Regimento de Infantaria de São João del Rey. O bravo soldado da 5ª Companhia presenciou os mais relevantes fatos da história do Brasil nesse conflito, como a conquista de Monte Castello e Montese determinantes para a rendição das tropas alemãs no Norte da Itália.
A tensão e a amargura no campo de batalha, as privações do ambiente hostil, a solidariedade e amizade entre os aliados, a riqueza artística italiana, os amores em tempos de guerra, a saudade do Brasil, a comoção pelos que morreram, a emoção da vitória e o retorno ao País, privilegiados foram aqueles, como eu, que tiveram o prazer e a honra de ouvir essas e outras histórias contadas sempre com entusiasmo e maestria pelo Barão.
‘
Nem os morteiros alemães que desabaram num casarão encravado nos Apeninos, onde descansava, junto com a tropa brasileira, nosso soldado tricordiano, deixando o local em ruínas, inclusive com vítimas fatais, não ceifaram sua vida – cumpriu-se com o nosso Barão o trecho da Canção do Expedicionário: Por mais terras que eu percorra/Não permita Deus que eu morra/Sem que volte para lá. Voltou para as serras de Minas o infante de montanha, no corpo algumas marcas da guerra, na mente lembranças de quem foi, viu e venceu... um vencedor, mas também um ser humano que vivenciou sofrimento e miséria, que dividiu seus suprimentos com crianças famintas, que levou esperança para famílias espoliadas e arrasadas pelo inimigo.
A vida segue, aprendeu e ensinou essa lição o nosso amigo, e sempre com alegria, como nas marchinhas que cantarolava entre histórias pitorescas, reunidas em mais de 90 anos de vida, compartilhadas nos quatro cantos da cidade de Três Corações. E o que dizer da Avenida Getúlio Vargas sem a presença de um dos seus mais ilustres personagens? Por ela tantas vezes desfilou o Barão, como ex-combatente, à frente do Exército, orgulhoso, nos dias 7 e 23 de Setembro, e como folião, brincalhão, nos desfiles de carnavais – um homem que comungou como poucos do amor à pátria e da riqueza da cultura brasileira.
Assim, se hoje o dia é triste porque perdemos um grande amigo, e mais triste ainda para sua família, todos, no entanto, podemos dizer que sim, aprendemos, sim, a sorrir com o Barão, mais uma vez ele cumpriu com louvor sua missão, retorna para os braços de Deus, como no dia em que, retornando da Guerra, avistou os braços do Cristo Redentor e recebeu o reconhecimento e o afeto de sua gente, de seu País.
Iniciei esta singela homenagem ao nosso estimado Barão citando Guimarães Rosa, encerro com o mesmo escritor mineiro que dizia que a gente não morre, fica encantado; pois é, José Santana Filho, o Barão, que foi um encantador narrador de histórias, finalmente, torna-se encantado. Um encantamento que vai percorrer mares, trincheiras, avenidas, quartéis, bailes, fotografias... lembranças e sorrisos. Assim, sentiremos a falta de um combatente, como quem honra um herói ao Toque de Silêncio. Mas, saudaremos sempre o nosso Barão, sorrindo, como quem dança e ouve uma linda marchinha de outrora: sempre é carnaval, sempre é carnaval/vamos embora, pessoal/ sempre é carnaval, sempre é carnaval/muita alegria, pessoal...
Ele, homem de tantas missões, foi combatente na Segunda Guerra Mundial pela nossa Força Expedicionária Brasileira (FEB), nos anos de 1944 e 1945, servindo o País em território italiano pelo 11° Regimento de Infantaria de São João del Rey. O bravo soldado da 5ª Companhia presenciou os mais relevantes fatos da história do Brasil nesse conflito, como a conquista de Monte Castello e Montese determinantes para a rendição das tropas alemãs no Norte da Itália.
A tensão e a amargura no campo de batalha, as privações do ambiente hostil, a solidariedade e amizade entre os aliados, a riqueza artística italiana, os amores em tempos de guerra, a saudade do Brasil, a comoção pelos que morreram, a emoção da vitória e o retorno ao País, privilegiados foram aqueles, como eu, que tiveram o prazer e a honra de ouvir essas e outras histórias contadas sempre com entusiasmo e maestria pelo Barão.
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Nem os morteiros alemães que desabaram num casarão encravado nos Apeninos, onde descansava, junto com a tropa brasileira, nosso soldado tricordiano, deixando o local em ruínas, inclusive com vítimas fatais, não ceifaram sua vida – cumpriu-se com o nosso Barão o trecho da Canção do Expedicionário: Por mais terras que eu percorra/Não permita Deus que eu morra/Sem que volte para lá. Voltou para as serras de Minas o infante de montanha, no corpo algumas marcas da guerra, na mente lembranças de quem foi, viu e venceu... um vencedor, mas também um ser humano que vivenciou sofrimento e miséria, que dividiu seus suprimentos com crianças famintas, que levou esperança para famílias espoliadas e arrasadas pelo inimigo.
A vida segue, aprendeu e ensinou essa lição o nosso amigo, e sempre com alegria, como nas marchinhas que cantarolava entre histórias pitorescas, reunidas em mais de 90 anos de vida, compartilhadas nos quatro cantos da cidade de Três Corações. E o que dizer da Avenida Getúlio Vargas sem a presença de um dos seus mais ilustres personagens? Por ela tantas vezes desfilou o Barão, como ex-combatente, à frente do Exército, orgulhoso, nos dias 7 e 23 de Setembro, e como folião, brincalhão, nos desfiles de carnavais – um homem que comungou como poucos do amor à pátria e da riqueza da cultura brasileira.
Assim, se hoje o dia é triste porque perdemos um grande amigo, e mais triste ainda para sua família, todos, no entanto, podemos dizer que sim, aprendemos, sim, a sorrir com o Barão, mais uma vez ele cumpriu com louvor sua missão, retorna para os braços de Deus, como no dia em que, retornando da Guerra, avistou os braços do Cristo Redentor e recebeu o reconhecimento e o afeto de sua gente, de seu País.
Iniciei esta singela homenagem ao nosso estimado Barão citando Guimarães Rosa, encerro com o mesmo escritor mineiro que dizia que a gente não morre, fica encantado; pois é, José Santana Filho, o Barão, que foi um encantador narrador de histórias, finalmente, torna-se encantado. Um encantamento que vai percorrer mares, trincheiras, avenidas, quartéis, bailes, fotografias... lembranças e sorrisos. Assim, sentiremos a falta de um combatente, como quem honra um herói ao Toque de Silêncio. Mas, saudaremos sempre o nosso Barão, sorrindo, como quem dança e ouve uma linda marchinha de outrora: sempre é carnaval, sempre é carnaval/vamos embora, pessoal/ sempre é carnaval, sempre é carnaval/muita alegria, pessoal...
João Luis, Professor de História - Via: Sala de Guerra
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