As unidades militares sublevadas e as forças rebeldes se unirão para criar um novo Exército Nacional líbio cuja missão será garantir a segurança do país, anunciou ontem o general Omar al Hariri, integrante da equipe de crise do Conselho Nacional de Transição (CNT). Em entrevista coletiva concedida no hotel Radisson, em Tripoli, o militar pediu paciência aos líbios e prometeu que “em um breve espaço de tempo” haverá novos soldados profissionais nas ruas.
“Não existe diferença alguma entre as forças rebeldes e o Exército Nacional. Grande parte do Exército esteve com os rebeldes desde o princípio. Todos lutaram no mesmo grupo e agora seguirão unidos”, afirmou o general.
“O objetivo agora é criar um novo Exército Nacional com todas as forças para garantir a segurança do país, a constituição da democracia e o respeito dos direitos humanos da nova Líbia”, acrescentou. Al Hariri disse também que o antigo homem forte da Líbia, Muammar Gaddafi, debilitou o Exército Nacional criando diferentes unidades para sua própria defesa e para a defesa de sua família e marginalizando outras, em particular as do Leste do país.
“Estou aqui para dizer-lhes que o Exército Nacional existe e muito em breve estará outra vez em todas as ruas do país”, declarou o militar, que, no entanto, admitiu que, apesar da grande quantidade de voluntários de todas as idades que se somaram à revolta, as novas Forças Armadas líbias carecem ainda do nível de profissionalismo necessário.”Precisamos de tempo. Já não somos um país de 60 anos, somos um país de zero anos que tem que crescer. Nos últimos seis meses, veio muita gente, e trabalhamos para formá-los e em muito pouco tempo haverá novos soldados na rua”, afirmou. Sobre isso, Al Hariri detalhou que nem todas as forças rebeldes serão integradas no Exército, mas que o objetivo é atrair profissionais especializados.
O general falou sobre as Forças Armadas líbias no ato de apresentação da denominada Equipe de Emergência de Crise do CNT, liderado por oito membros provenientes de diferentes cidades do país. Segundo o comunicado, o objetivo da equipe é facilitar as condições de segurança e a logística da futura mudança do CNT de Bengazi para Tripoli, que poderá ocorrer nas próximas semanas. “Prometemos perante Deus que o sangue derramado de nossos mártires e a detenção de nossos presos não foram em vão. A futura líbia será constitucional, com sociedade civil e respeito à lei e aos direitos humanos”, disse por sua vez o diretor da equipe, Abdul Razaq Mukhtar.
Forças armadas serão integradas por rebeldes, segundo o general do CNT
Fonte: Folha PE
“Não existe diferença alguma entre as forças rebeldes e o Exército Nacional. Grande parte do Exército esteve com os rebeldes desde o princípio. Todos lutaram no mesmo grupo e agora seguirão unidos”, afirmou o general.
“O objetivo agora é criar um novo Exército Nacional com todas as forças para garantir a segurança do país, a constituição da democracia e o respeito dos direitos humanos da nova Líbia”, acrescentou. Al Hariri disse também que o antigo homem forte da Líbia, Muammar Gaddafi, debilitou o Exército Nacional criando diferentes unidades para sua própria defesa e para a defesa de sua família e marginalizando outras, em particular as do Leste do país.
“Estou aqui para dizer-lhes que o Exército Nacional existe e muito em breve estará outra vez em todas as ruas do país”, declarou o militar, que, no entanto, admitiu que, apesar da grande quantidade de voluntários de todas as idades que se somaram à revolta, as novas Forças Armadas líbias carecem ainda do nível de profissionalismo necessário.”Precisamos de tempo. Já não somos um país de 60 anos, somos um país de zero anos que tem que crescer. Nos últimos seis meses, veio muita gente, e trabalhamos para formá-los e em muito pouco tempo haverá novos soldados na rua”, afirmou. Sobre isso, Al Hariri detalhou que nem todas as forças rebeldes serão integradas no Exército, mas que o objetivo é atrair profissionais especializados.
O general falou sobre as Forças Armadas líbias no ato de apresentação da denominada Equipe de Emergência de Crise do CNT, liderado por oito membros provenientes de diferentes cidades do país. Segundo o comunicado, o objetivo da equipe é facilitar as condições de segurança e a logística da futura mudança do CNT de Bengazi para Tripoli, que poderá ocorrer nas próximas semanas. “Prometemos perante Deus que o sangue derramado de nossos mártires e a detenção de nossos presos não foram em vão. A futura líbia será constitucional, com sociedade civil e respeito à lei e aos direitos humanos”, disse por sua vez o diretor da equipe, Abdul Razaq Mukhtar.
Forças armadas serão integradas por rebeldes, segundo o general do CNT
Fonte: Folha PE
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Muammar Abu Minyar al-Gaddafi
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Tribo líbia dos warfala espera a hora da vingança
BANI WALID, Líbia, 31 Out 2011 (AFP) - "Nós nos vingaremos, cedo ou tarde", jura um homem da poderosa tribo dos warfala, leal ao antigo regime, enquanto mostra as casas incendiadas e destruídas por morteiros disparados pelas forças do CNT próximo ao centro da cidade de Bani Walid.
Não quer que o filmem, nem dá seu nome. Suleimán, como disse se chamar, tem "medo" dos combatentes do novo regime que tomaram o controle da cidade há dez dias depois de mais de um mês de combates contra as forças leais ao ex-líder Muamar Kadhafi, morto em Sirte no dia 20 de outubro.
"Deixamos de lutar porque não tínhamos mais munições. A maioria dos moradores escondeu suas armas e ficou em casa. Outros se misturaram aos grupos rebeldes", admitiu.
As forças do Conselho Nacional de Transição (CNT), que entraram na cidade em 17 de outubro, ficaram surpresas ao ver que os combatentes tinham sumido após semanas de duros combates.
"Quando os thowars (revolucionários) não encontraram as brigadas de Kadhafi de quem falavam, ficaram furiosos. Atiraram nos cães, nas casas, saquearam e atearam fogo em casas e em prédios públicos", acrescentou Suleimán.
"Toda a cidade está tomada pela fúria. Os thowars castigaram todos, destruindo nossas casas, roubando nossos carros e matando nossos parentes. Não deixaremos isso assim", assegura este homem, que diz estar entre a tristeza e o ódio.
"Bani Walid é uma sociedade tribal. Não há estrangeiros. Aqui só estão os warfala e ninguém pode nos governar. Por isso não haverá Líbia sem os warfala. Nós vamos agir cedo ou tarde, aqui, em Trípoli ou em outras partes", advertiu.
Bani Walid, um vasto oásis de relevo escarpado 170 km a sudeste de Trípoli, é o feudo dos warfala que formam a principal tribo da Líbia, com um milhão de pessoas (de cerca de 6,3 milhões de habitantes). Seus membros estão divididos em dezenas de clãs que habitam também a parte setentrional do país, com um assentamento na Cirenaica (leste), região das cidades de Benghazi e de Derna.
Embora os Warfalla de Bani Walid se mantenham leais ao regime derrocado, a oposição entre outros clãs, essencialmente os da Cirenaica, e o regime líbio se remonta aos anos 1990, quando dezenas de oficiais acusados de complô foram presos e alguns deles, executados.
Apesar do panorama desolador de Bani Walid, alguns tentam reparar os danos e voltar à normalidade, "mas é muito difícil", afirma Mohamed Ahmed, com as mãos manchadas de tinta diante de seu apartamento que tenta deixar "habitável".
Segundo ele, ainda são ouvidas trocas de tiros entre moradores e homens do CNT.
Ao contrário de outras cidades do país, a bandeira vermelha, negra e verde da "Nova Líbia" está quase ausente de Bani Walid e a atividade é retomada muito lentamente.
Um grupo de voluntários retira entulhos da praça central.
Um jovem, que diz se chamar Al-Sahbi al-Werfelli, vende hortaliças em um pequeno mercado improvisado. Reconhece ter lutado ao lado das forças kadhafistas.
"Sim, lutei contra estes ladrões. É uma revolução de ladrões. Eles destruíram tudo, roubaram tudo", afirma.
"Bani Walid paga o preço de seu apoio a Kadhafi. Mas nós a amamos", disse. "Estamos à espera de um sinal para retomar as armas e nos vingarmos", adverte.
Seu primo concorda: "Defendemos nossas casas e nossa honra, e vingaremos cada morto, cada casa roubada".