Um grupo de mercenários sul-africanos está na Líbia e tenta retirar do país Saif al-Islam, filho de Muammar Kadafi, informa o jornal sul-africano Beeld.
Outro jornal sul-africano, o Rapport, em africâner, informou no domingo que 19 mercenários da África do Sul foram contratados por uma ou várias empresas do país vinculadas a Kadafi para participar na proteção do coronel e de seus familiares.
Saif al-Islam, considerado o possível sucessor de Kadafi durante os últimos anos do regime que chegou ao fim na semana passada, fugiu de Trípoli com o pai e o irmão Muattasim durante a batalha pela capital líbia em agosto e se refugiou em Sirte.
Muatasim morreu ao lado do pai na quinta-feira da semana passada, mas Saif al-Islam escapou das tropas do Conselho Nacional de Transição (CNT). Segundo uma fonte tuaregue, o filho de Kadafi teria viajado na terça-feira para a fronteira com Níger em busca de refúgio.
O Beeld informa que aviões estão posicionados em Johannesburgo e em Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, para buscar os mercenários - e eventualmente Saif al-Islam - quando possível.
No fim de agosto, informações da imprensa destacaram que um grupo de sul-africanos havia escoltado de Trípoli a Niamei um comboio com ouro, moedas estrangeiras e diamantes de Kadafi.
Os mercenários também teriam ajudado a esposa de Kadafi, Safiya, sua filha Aisha e dois filhos, Hannibal e Mohamed, a fugir do país. O ministério sul-africano das Relações Exteriores não comentou as informações.
Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi
Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.
A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.
Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.
Fonte: Terra
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