Iain Lobban, diretor da Sede Governamental de Comunicações do Governo, disse que os ataques constituem uma ameaça econômica ao país. "O volume de ataques e crimes eletrônicos contra os sistemas do governo e da iniciativa privada continuam sendo perturbadores", escreveu Lobban em artigo no diário TheTimes.
"Posso atestar as tentativas de furtar ideias e projetos britânicos - nos setores de tecnologia da informação, tecnologia (em geral), defesa, engenharia e energia, e também em outros setores - para obter vantagens comerciais ou lucrar com o conhecimento secreto de arranjos contratuais", afirmou Lobban.
O órgão dirigido por Lobban é uma grande operação de espionagem, semelhante à Agência de Segurança Nacional dos EUA, e como tal responsável por operações de coleta de informações e decifração de códigos.
Lobban raramente faz declarações públicas, e seu artigo surge um ano depois de ele fazer um discurso no qual afirmou que há países usando a guerra cibernética para atacarem outros.
Ele repetiu a tese de que o governo é tão alvo quanto as empresas.
"Também estamos cientes de que técnicas semelhantes estão sendo empregadas para tentar obter informações estratégicas dos sistemas informatizados do governo britânico, incluindo uma tentativa significativa (mas sem sucesso) contra a Chancelaria e outros departamentos do governo neste verão (boreal)."
Políticos e chefes de espionagem do mundo todo têm alertado cada vez mais para as crescentes ameaças digitais vindas de outros países e de quadrilhas.
No ano passado houve um dramático aumento nos casos noticiados de ataques cibernéticos, o que inclui desde o roubo de dados do FMI, num caso em que a China é suspeita, até a invasão do "worm" Stuxnet na rede do programa nuclear iraniano, num incidente atribuído a Israel e aos EUA.
A Grã-Bretanha realiza esta semana uma importante conferência internacional sobre a gestão do espaço digital, à qual devem comparecer a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, e também representantes de China, Rússia, Índia e outros governos, além de dirigentes empresariais.
O evento buscará uma maior cooperação internacional nas questões do mundo digital, mas dificilmente resultará em um consenso imediato sobre o que deve ser feito.
Fonte: BOL/Reuters
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