Numa viagem à Austrália o presidente norte-americano anunciou em conjunto com a primeira ministra australiana, o estabelecimento de uma base permanente de forças americanas no norte da Austrália, na cidade de Darwin a pouco mais de 4,000km das costas chinesas e a cerca de 3,000km das ilhas Spratly no mar do sul da China, disputadas por chineses, vietnamitas, filipinos e malaios.

A base em Darwin começará por contar com 250 militares americanos, numero que se deverá elevar até 2,500 militares dos fuzileiros navais.
Ainda que distante da China a instalação é vista mais como um desenvolvimento de contenção, destinado a dificultar a progressão chinesa para Sul, em direcção à indonésia, ao petróleo do Mar de Timor e aos recursos naturais do sudoeste asiático.

Ela representa também uma afirmação de que os Estados Unidos continuam cada vez mais interessados no Pacifico, área para onde rapidamente se está a transferir o principal eixo económico mundial.
Os norte-americanos pretendem assim contar com mais pontos de apoio, para poderem desenvolver as relações militares com alguns dos países da região, muitos dos quais começam a olhar para a China com crescente desconfiança.

O controlo do Pacífico e das suas áreas circundantes afirma-se cada vez mais importante e o seu domínio aparece como tão ou mesmo mais importante que o controlo do Atlântico Norte.

Darwin já foi utilizada durante a II guerra mundial pelas forças aliadas. A força aérea australiana colocou ali uma base e a força aérea do exército dos Estados Unidos também a utilizou. Darwin chegou por isso a ser bombardeada pelos japoneses no inicio de 1942.

Quando perguntado sobre se os Estados Unidos pensavam mandar uma mensagem à China o presidente daquele país afirmou que os americanos viam favoravelmente a ascensão da China como potência. Já os chineses reagiram à divulgação da notícia sobre a base de Darwin, afirmando que é discutível que o reforço da laços militares entre os Estados Unidos e países da região, seja do interesse desses mesmos países.

As relações entre a China e alguns países do sudoeste asiático tem piorado nos últimos tempos por causa das pretensões chinesas sobre ilhas do mar do sul da China, que se encontram a centenas de quilómetros da costa chinesa fora das águas territoriais ou ZEE chinesa. As ilhas encontram-se a distâncias médias de 200km das costas do Vietname, da Malásia e das Filipinas. Em vários casos as pretensões destes países sobrepoem-se.

Teme-se que a questão da soberania destas ilhas asiáticas possa resultar num conflito aberto especialmente entre a China e o Vietname, países tradicionalmente inimigos, que já mantiveram conflitos até aos anos 70 do século XX.

Estes problemas estão a colocar um problema à China, que está cada vez mais isolada em termos navais, com a Coreia do Sul, o Japão, Taiwan, Vietname, Malásia e Filipinas a assumirem posições que lhe são contrárias.
A atenção da China centra-se agora na Indonésia, país com que Pequim pretende melhorar relações.

Fonte: Area Militar