O governo de Mato Grosso anunciou no início da noite dessa sexta-feira (4) o cancelamento do contrato para a compra, sem licitação, de R$ 14 milhões em equipamentos de radar para o monitoramento da fronteira com a Bolívia.
Alvo de inquérito aberto pelo Ministério Público e considerado ilegal em parecer de auditoria do Tribunal de Contas do Estado, o negócio havia sido oficializado em julho com a empresa Globaltech Prospecção de Negócios Ltda.
Pelo contrato, a empresa deveria fornecer dez veículos Land Rover equipados com um sistema de radar móvel de fabricação russa --cada conjunto custa R$ 1,4 milhão.
O investimento havia sido justificado como parte da preparação do Estado para receber jogos da Copa de 2014 e viria atender, segundo afirmou à ocasião o governo, exigências da Fifa para o "controle e monitoramento da fronteira".
A empresa fornecedora dos equipamentos foi criada em agosto de 2010 por dois oficiais da ativa do Exército, os tenentes-coronéis Carlos Alberto Pereira Leonel Marsiglia, sócio-majoritário com 83% das cotas, e Adhemar Luiz de Carvalho Lima.
Em agosto, uma auditoria do Tribunal de Contas qualificou a Globaltech como uma empresa "constituída às pressas" e "sem nenhuma experiência comprovada".
Em nota no final de outubro, o governo chegou a afirmar que a "legitimidade" da dispensa de licitação havia sido "comprovada pelo Ministério da Defesa em consulta prévia".
O Exército, porém, desmentiu a informação. "A DFPC [Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados] não autorizou a Global Tech a adquirir e/ou produzir equipamentos móveis destinados à detecção e vigilância de alvos", disse em nota encaminhada à Folha.
Na nota, o Exército diz que a Globaltech apenas pediu a autorização para importar e montar os equipamentos, mas não apresentou documentos "suficientes para caracterizar o produto".
"Diante deste quadro, a DFPC, em 3 de março de 2011, solicitou mais informações sobre o produto, a fim de subsidiar futura orientação à empresa. Até a presente data a empresa não enviou as informações solicitadas", diz outro trecho.
A reportagem não conseguiu contato com o representante da Globaltech, Guilherme Nascentes. Em entrevista anterior, ele defendeu a opção feita por Mato Grosso.
"O similar israelense é infinitamente mais caro. O americano, embora tenha custo equivalente, não prevê transferência de tecnologia", declarou.
Fonte: Gazetaweb
Alvo de inquérito aberto pelo Ministério Público e considerado ilegal em parecer de auditoria do Tribunal de Contas do Estado, o negócio havia sido oficializado em julho com a empresa Globaltech Prospecção de Negócios Ltda.
Pelo contrato, a empresa deveria fornecer dez veículos Land Rover equipados com um sistema de radar móvel de fabricação russa --cada conjunto custa R$ 1,4 milhão.
O investimento havia sido justificado como parte da preparação do Estado para receber jogos da Copa de 2014 e viria atender, segundo afirmou à ocasião o governo, exigências da Fifa para o "controle e monitoramento da fronteira".
A empresa fornecedora dos equipamentos foi criada em agosto de 2010 por dois oficiais da ativa do Exército, os tenentes-coronéis Carlos Alberto Pereira Leonel Marsiglia, sócio-majoritário com 83% das cotas, e Adhemar Luiz de Carvalho Lima.
Em agosto, uma auditoria do Tribunal de Contas qualificou a Globaltech como uma empresa "constituída às pressas" e "sem nenhuma experiência comprovada".
Em nota no final de outubro, o governo chegou a afirmar que a "legitimidade" da dispensa de licitação havia sido "comprovada pelo Ministério da Defesa em consulta prévia".
O Exército, porém, desmentiu a informação. "A DFPC [Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados] não autorizou a Global Tech a adquirir e/ou produzir equipamentos móveis destinados à detecção e vigilância de alvos", disse em nota encaminhada à Folha.
Na nota, o Exército diz que a Globaltech apenas pediu a autorização para importar e montar os equipamentos, mas não apresentou documentos "suficientes para caracterizar o produto".
"Diante deste quadro, a DFPC, em 3 de março de 2011, solicitou mais informações sobre o produto, a fim de subsidiar futura orientação à empresa. Até a presente data a empresa não enviou as informações solicitadas", diz outro trecho.
A reportagem não conseguiu contato com o representante da Globaltech, Guilherme Nascentes. Em entrevista anterior, ele defendeu a opção feita por Mato Grosso.
"O similar israelense é infinitamente mais caro. O americano, embora tenha custo equivalente, não prevê transferência de tecnologia", declarou.
Fonte: Gazetaweb
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