O ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, disse neste sábado que o complô era parte de uma estratégia norte-americana para difamar Teerã, um processo que, segundo afirmou, continuaria na próxima semana, quando a agência nuclear da ONU deve publicar um relatório que, de acordo com diplomatas ocidentais, vai conter novas evidências sobre o programa nuclear do Irã.
A reclamação feita ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, devolve a acusação norte-americana de que Teerã apoia o terrorismo, disse Salehi.
"Essa carta contém nossa queixa sobre os complôs dos Estados Unidos e as informações confiáveis que temos do envolvimento norte-americano nestes complôs", disse ele em uma coletiva de imprensa transmitida ao vivo no canal de língua inglesa Press TV.
Em seu site, a Press TV dizia que, segundo a carta, um suspeito --o qual promotores norte-americanos identificaram como sendo um oficial do exército iraniano-- era, na verdade, membro de um grupo rebelde iraniano, a Organização Mujahideen Khalq (MKO, na sigla em inglês).
Um dos dois homens acusados de planejar o assassinato do embaixador saudita em Washington, o iraniano-americano Manssor Arbabsiar, de 56 anos, alegou inocência em audiência em um tribunal de Nova York no mês passado.
O segundo acusado, Gholam Shakuri, continua foragido e autoridades norte-americanas dizem que ele é membro da Força Quds, braço da Guarda Revolucionária do Irã, que teria aprovado o plano de contratar bandidos mexicanos para assassinar o embaixador saudita Adel al-Jubeir.
A agência de notícias semi-oficial Mehr divulgou em 17 de outubro que Shakuri era membro do MKO, também conhecido como Organização do Irã (PMOI), sediado no Iraque e listado como grupo terrorista pelos Estados Unidos.
Citando "fontes informadas", a Mehr disse que Shakuri viajou para Washington e para a sede do MKO em Camp Ashraf no Iraque.
As autoridades iranianas não comentaram a notícia de que a Interpol havia descoberto a verdadeira identidade de Shakuri, mas a Press TV disse no sábado que ela estava na carta entregue a Ban.
Um grupo ligado ao PMOI, o Conselho Nacional de Resistência do Irã (NCRI), disse que a acusação iraniana era "absurda".
"Recorrendo a essas mentiras, o regime clerical tenta reduzir suas consequências políticas e legais na arena regional e internacional",l disse Mohammad Mohaddessin do NCRI à Reuters em um comunicado.
Fonte: Bol/Reuters
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