O contrato do governo indiano para compra de 126 aviões de combate de um dos dois candidatos finalistas europeus poderá ultrapassar os US$ 20 bilhões, quase o dobro da estimativa original, de acordo com funcionários do governo. O Ministério da Defesa da Índia revisou para cima sua estimativa inicial de US$ 11 bilhões após a abertura na sexta-feira das propostas do Eurofighter Typhoon, fabricado por um consórcio europeu, e do caça francês Dassault Rafale. Deixe seu voto em quem você acha que vai ganhar no final do post.

Determinar qual é realmente a melhor oferta poderá levar até 8 semanas, conforme disse o ministério, apesar de informações que a escolha poderá sair entre 2 e 3 semanas. Após determinar qual é a melhor propostas, a escolha do Ministério da Defesa seguirá para o Ministério das Finanças para revisão. A escolha então fará com que o governo da Índia negocie o valor final. A meta da Força Aérea da Índia é assinar o contrato em janeiro ou fevereiro de 2012.

Dentre os vários parâmetros que estão sendo avaliados estão o custo do ciclo de vida, que faz parte do custo total da aeronave, e as condições das compensações financeiras, os offsets, que devem gerar investimentos de no mínimo 50% na indústria de defesa da Índia. Fontes disseram que o custo unitário direto do caça Typhoon foi ligeiramente maior que o caça Rafale, ambos estimados entre 80 e 110 milhões de dólares, os quais são maiores que as outras aeronaves eliminadas da competição após exaustivos testes e avaliações. O custo unitário ligeiramente maior poderia ser compesado pelos offsets e pelo custo do ciclo de vida, pois os indianos pretendem utilizar os caças por um período mínimo de 40 anos, numa média de 6.000 horas de voo. Por esse motivo que muitas vezes o valor apenas do custo unitário poderá acabar sendo muito maior no final dos 40 anos.

A aeronave vencendora terá um lote inicial de 18 caças fabricados no exterior, e as restantes 108 fabricadas sob licença na Índia pela Hindustan Aeronautics Limited, fazendo valor a transferência de tecnologia definida em contrato. Após terminar esse contrato, a Índia estuda uma aquisição adicional de 63 caças, os quais todos deverão ser fabricados na Índia. As primeiras unidades devem começar a ser fabricadas no começo de 2015 e as fabricação sob licença das 108 unidades na metade de 2017 em diante.

As propostas foram revisadas de 11 para 20 bilhões de dólares pois a última vez que havia sido feito uma estimativa foi em 2007.

Mas um último detalhe surgiu dois dias antes das propostas serem abertas em Bangalore. Os EUA enviaram um documento para o Governo da Índia oferecendo detalhes sobre seu caça F-35 Lightning II, o caça de quinta geração fabricado pela Lockheed. Alguns analistas sugerem que isso pode ser uma última cartada do governo norte americano para vender seus caças para a Índia, já que as duas empresas dos EUA que participavam da licitação, a Boeing e a Lockheed, cairam fora com os caças F/A-18 Super Hornet e F-16 Falcon, respectivamente.

Apesar de ser oferecido fora dos termos da competição, as empresas europeias divulgaram preocupação sobre a oferta, que de certa forma é tentadora para a Índia, mesmo com o governo indiano já tendo um projeto de caça de quinta geração com a Rússia, o FGFA.

Fontes: Financial Times, Indian Times, LiveFist e RafaleNews – Texto: Cavok