Numa guerra que tem praticamente passado desapercebida do foco mediático, o Quénia está envolvido numa autentica guerra total contra os terroristas islâmicos somalis do Al Shabab. Um papel central neste conflito tem sido desempenhado pelos velhos caças F-5 da Força Aérea Queniana.

O objetivo queniano é muito ambicioso: destruir militarmente a Al Shabab e impedi-la de tornar a entrar no Quénia para atacar ou raptar mais turistas estrangeiros. Por esse motivo, mais de 2 mil soldados quenianos atravessaram a fronteira a 17 de outubro. Desde então, mais reforços foram enviados, totalizando-se hoje perto de 4 mil soldados em movimentação no sul da Somália.

A operação militar é a maior alguma vez conduzida pelo exercito queniano e foi preparada por bombardeamentos aéreos de bases do Al Shabab junto à fronteira. O objetivo principal da operação parece ser a cidade de Kismayo, um porto no sul da Somália, que tem sido usado pelo grupo islâmico como base e como apoio para as ações de pirataria que lançam sobre todo o leste do oceano Índico.

As operações aéreas quenianas são realizadas por 18 F-5E e F. Os primeiros aparelhos foram comprados aos Estados Unidos em finais da década de 70. Em 2008, o país comprou mais 15 aparelhos do tipo à Jordânia.

O facto de se tratar de um avião tão antigo, a falta de treino poderia indicar uma baixa operacionalidade dos aparelhos. Contudo, os quenianos têm conseguido manter uma campanha aérea muito intensa nos céus da Somália desde 17 de outubro. Mas começam a registar-se problemas resultantes do cansaço e da obsolescência dos aparelhos: 2 F-5 colidiram no ar e, recentemente, um campo de refugiados perto de Kismayo foi bombardeado por engano.

Não é claro que a operação terrestre esteja a ser um sucesso, mas a milícia somali está na defensiva e a retirar para Kismayo e embora o turismo (setor vital para a economia queniana) tenha já sofrido um decréscimo considerável não têm sido registados novas incursões da Al Shabab dentro do território queniano.

Fonte: Offiziere - Via: Quintus