O governo dos Estados Unidos acusa a China e a Rússia de serem os mais países mais “persistentes e ativos” no mundo na espionagem virtual de empresas de TI e de outros segmentos, segundo o The Wall Street Journal. A denúncia chamou atenção pela revelação dos nomes dos acusados, o que pode resultar em problemas diplomáticos entre os países. “As nações da China e da Rússia, por meio de seus serviços de inteligência e corporações, estão atacando nossa pesquisa e desenvolvimento”, afirmou o chefe de espionagem Robert Bryant.

A declaração foi feita em público durante um evento na quinta-feira, 3, ao referira ao um documento do Escritório Executivo de Inteligência Nacional dos EUA. O relatório foca especialmente na espionagem virtual com objetivos econômicos, oposta à segurança nacional. "Isso é uma ameaça nacional estratégica no longo prazo aos Estados Unidos, uma questão na qual a falha não é uma opção", disse.

O documento afirma que agentes dos dois países estão coletando dados econômicos e tecnológicos norte-americanos em um trabalho extenso. Os EUA afirmam que as informações seriam utilizadas para desenvolvimento das indústrias chinesas e russas com base em roubo de propriedade intelectual e de tecnologia de empresas americanas em estágio mais avançado de desenvolvimento. As áreas mais atingidas, além da TI, são serviços militares, energia limpa e tecnologia médica.


O governo chinês é acusado de estar por trás de diversos ciberataques a empresas como o Google, EMC e até mesmo ao FMI. A embaixada chinesa em Washington respondeu às acusações dizendo que são “alegações sem provas, para demonizar o país".

O governo americano não tem cálculos precisos sobre os danos econômicos que os dois países teriam causado aos cofres dos EUA. Um dos agentes estima em US$ 50 bilhões perdidos em 2009 em todos os tipos de roubo de informações, incluindo ciberataques. "Se nosso programa de pesquisa e desenvolvimento, de US$ 400 bilhões ao ano, é quebrado, francamente, parte da viabilidade econômica do país também é destruída", lamentou Bryant.

Segundo o Financial Times, a União Europeia e os EUA conduziram um exercício de cibersegurança juntos pela primeira vez, focado em apreender pessoas mal-intencionadas que invadem sistemas de computadores para roubos de dados. Mais de cem especialistas em TI de 27 membros da União Europeia e dos Estados Unidos se reuniram esta semana em Bruxelas, na Bélgica, para simular cenários de crise. As autoridades afirmaram que, no ano que vem, serão realizados novos exercícios deste tipo, envolvendo também empresas privadas.

Fonte: TI-inside