A Índia está a trabalhar numa central nuclear que usa um combustível mais seguro que o Urânio: o Tório. Atualmente, decorre o processo de identificação do local onde a central será construída até 2020.

Já foram feitos vários estudos sobre centrais a Tório nos EUA e na antiga União Soviética, mas sempre sem que se produzisse um reator viável. O facto do Urânio ser uma das matérias primas para bombas nucleares fez também preferir os reatores a Urânio sobre todas as outras alternativas, como o Tório. O conceito é uma espécie de “santo graal” da física nuclear moderna, quer pela maior segurança, quer pela abundância relativa do mineral.

Os trabalhos estão a ser conduzidos pelo “Bhabha Atomic Research Centre” (BARC) de Bombaim, que terminou com sucesso uma serie de testes ao conceito de um reator a Tório e que ultima agora a conceptiva de um reator comercial, sobretudo na questão tecnicamente mais difícil: a da ignição do reator, que deverá ser realizada através do uso de Urânio. Este primeiro gerador deverá ser capaz de produzir 300 MW de eletricidade, ou seja, cerca de metade de um reator convencional.

Os reatores a Tório, além de serem mais baratos, da sua matéria-prima ser mais abundante e da sua operação ser mais simples, apresentam ainda duas outras vantagens: o seu subproduto não pode ser usado para construir armas nucleares e, sobretudo, não cria os resíduos radioativos com a duração de milhares de anos, mas resíduos de vida muito mais curta. É assim uma tecnologia muito interessante que seguiremos com especial atenção aqui no Quintus…

Fonte: The Guardian/Quintus

Quando o assunto é energia nuclear, vários argumentos impedem que esse tipo de fonte seja mais aproveitado: há pouco urânio na Terra, as usinas ocupam muito espaço e o material resultante é muito perigoso. Mas e se outra substância pudesse pular esses obstáculos e continuar gerando altas quantidades de energia?

A bola da vez é o tório, um metal natural , ligeiramente radioativo. Quando puro, o tório é um metal branco prateado que mantem o seu brilho por diversos meses. Entretanto, em presença do ar escurece lentamente tornando-se cinza ou, eventualmente, preto.


O óxido de tório ( ThO2 ), também chamado de "tória", apresenta um dos pontos de ebulição mais elevados ( 3300 °C ) de todos os óxidos. Quando aquecido no ar, o metal de tório inflama-se e queima produzindo uma luz branca brilhante Fundada recentemente, a Weinberg Foundation é a principal responsável por espalhar palavras de incentivo sobre a substância. Segundo o The Guardian,

O tório é encontrado em quantidades pequenas na maioria das rochas e solos, onde é aproximadamente três vezes mais abundante do que o urânio , e é aproximadamente tão comum quanto o chumbo. O solo contém geralmente uma média de 6 ppm de tório. O tório ocorre em diversos minerais , sendo o mais comun o mineral de terra rara de tório-fosfato (como as de Catalão-Ouvidor em Goiás ) , monazita, que contém até 12% de óxido de tório.

Há depósitos substanciais em vários países, sendo que as maiores fontes mundiais de tório são encontrados nos Estados Unidos, Madagascar, Índia, Sri Lanka e Austrália. O tório-232 decai muito lentamente ( a meia-vida deste isótopo é aproximadamente três vezes a idade da Terra ), Outros isótopos de tório ocorrem na série de decaimento do tório e urânio.

A maioria destes são de curta duração, portanto, muito mais reativos que o th-232 , embora em quantidades Por fim, o lixo atômico produzido seria perigoso por um tempo, mas depois seria inútil até mesmo para a produção de armas nucleares. O elemento possui alguns pontos negativos, como o baixo aproveitamento (pouco da energia do reator transforma-se em elétrica), mas o grupo de suporte da Weinberg Foundation não parece desistir da ideia. Pelo jeito, ainda vamos ouvir falar muito do tório por aí.

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