Dois dos 18 corpos brasileiros identificados das vítimas do voo 447 da Air France chegaram ao Brasil no último final de semana. Segundo Maarten Van Sluys, fundador da associação brasileira de vítimas do acidente aéreo, todos os corpos devem chegar até a próxima sexta-feira (9). O Airbus-330 caiu no Oceano Atlântico em 2009, durante o trajeto Rio-Paris, e matou as 228 pessoas a bordo.
"Pelo menos o luto de algumas famílias estará completo", disse Van Sluys explicando ainda que o processo de cremação, escolhido por alguns parentes, tem sido um desafio. "O documento que chega com o corpo não identifica a causa de sua morte e isso é obrigatório nesse procedimento. Algumas famílias já estão com advogados para conseguir uma autorização para cremar os corpos".
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Após o recebimento total dos corpos das vítimas, a associação afirmou que o próximo passo é pedir pela retomada das buscas. Van Sluys contou ao iG que as outras famílias, que não tiveram os corpos de seus parentes reconhecidos, já estão reunidas para entrar na Justiça. "A associação continuará pedindo pela continuidade dos trabalhos de buscas e que assim as outras vítimas brasileiras não sejam esquecidas", concluiu.
Nesta segunda-feira à tarde, será realizado o primeiro enterro formal de uma das 228 vítimas. Os restos mortais do mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho serão enterrados em Paciência, na zona oeste da capital fluminense. De acordo com o presidente da associação Nelson Faria Marinho, e pai do rapaz que será sepultado, o relatório final das causas do acidente deve ser divulgado pelo governo francês no primeiro trimestre de 2012. Ele acredita que o acidente foi causado por falha mecânica.
Buscas
Foram identificados 103 corpos encontrados este ano das vítimas do voo 447, informou a associação "Entraide et Solidarité". No total, foram recuperados 104 corpos este ano, que se somam aos 50 encontrados no mar dias após a tragédia, em 2009. O Tribunal de Grande Instância de Paris ainda vai decidir sobre a realização de uma nova etapa de buscas para localizar o restante dos corpos.
A última fase da operação terminou no início de junho, e de acordo com o Ministério de Transportes francês custou 6 milhões de euros [US$ 8,2 milhões]. As autoridades francesas decidiram retirar os corpos dos ocupantes do avião após comprovar que eram identificáveis a partir de testes de DNA, apesar de estarem há quase dois anos em uma profundidade de cerca de 4 mil metros.
O Escritório de Investigações e Análises (BEA), encarregado das pesquisas, divulgará no primeiro trimestre de 2012 seu relatório definitivo sobre as causas do acidente, mas as pesquisas indicam que um problema técnico impediu os pilotos de ter acesso a informações que evitariam a queda do avião.
Fonte: IG
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