A Dassault venderá pela primeira vez seus aviões Rafale para o exterior, depois de superar o consórcio Eurofighter por este contrato colossal, estimado em 12 bilhões de dólares.
"Está confirmado que a Dassault ganhou o contrato", disse uma fonte do governo indiano à AFP, explicando que o grupo francês fez uma oferta melhor.
Pouco depois, o secretário de Estado francês para Comércio Exterior, Pierre Lellouche confirmou: "Ganhamos o contrato", considerando que "algumas coisas ainda devem ser concluídas".
A licitação, aberta em 2007, é uma das maiores já lançadas pela terceira maior potência econômica da Ásia, e uma das maiores do momento no setor de defesa aérea.
A licitação atraiu as gigantes mundiais do setor em uma competição acirrada. O Rafale e o Typhoon, da Eurofighter, foram pré-selecionados em abril, deixando fora de jogo as americanas Boeing e Lockheed Martin, a sueca Saab Gripen e a russa MiG.
Na Índia, o candidato que oferece o menor preço geralmente leva o contrato.
O contrato estipula que a Índia comprará diretamente 18 aviões, enquanto que os outros 108 serão construídos no país asiático.
A ação do grupo Dassault disparou cerca de 20% na Bolsa de Paris após o anúncio do contrato.
Em dezembro do ano passado, o ministro francês da Defesa, Gérard Longuet, chegou a afirmar que a produção do caça Rafale seria interrompida caso não houvesse pedidos estrangeiros.
Alguns meses antes, em setembro, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, havia dito ao seu colega francês Nicolas Sarkozy, durante um encontro entre ambos em Nova York, que o Brasil "não estava em condições de se comprometer com a compra de aviões de guerra".
O Rafale disputa com o americano F-18 E/F, da Boeing, e o Gripen NG, da Saab, uma licitação pela compra por parte do governo brasileiro de 36 caças para substituir a atual frota da Força Aérea Brasileira (FAB) a partir de 2016.
O contrato para a venda dos caças pode chegar a R$ 6,7 bilhões.
Dos três concorrentes do F-X2, o Rafale foi o único a ter oferecido uma proposta de transferência de tecnologia irrestrita ao Brasil e às empresas envolvidas na fabricação.
A licitação foi aberta durante o governo Lula. O ex-presidente chegou a manifestar a sua preferência pela aeronave francesa.
Fonte: AFP
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