O Pentágono apresentou nesta segunda-feira um projeto de orçamento estável para 2013 que evita os dolorosos cortes, apesar de aliviar a economia graças ao fim do conflito no Iraque e as reduções de efetivos no Afeganistão. O projeto de um orçamento que representa mais de 40% dos gastos militares mundiais pode ser recusado se o Congresso não chegar a um acordo neste ano eleitoral para rejeitar uma lei que ele mesmo votou no ano passado. Esta lei prevê que no dia 2 de janeiro de 2013 seja aplicado automaticamente um mecanismo de "sequestro" para economizar cerca de US$ 600 bilhões em 10 anos.
O secretário de Defesa americano, Leon Panetta, que se encarrega de pôr fim a uma década de crescimento do orçamento militar para ajudar a reduzir o déficit orçamentário dos Estados Unidos, alertou contra o que qualifica de uma "mecanismo do fim do mundo" e se recusa a considerá-lo. Por outro lado, o chefe do Pentágono colocou em prática nas últimas semanas uma nova estratégia centrada no Ásia-Pacífico e Meio Oriente que pretende economizar 487 bilhões de dólares em 10 anos.
O orçamento da defesa continuará crescendo lentamente nos próximos cinco anos e chegará aos US$ 567,3 bilhões em 2017. O projeto de orçamento para o exercício orçamentário de 2013, que vai de 1º de outubro a 30 de setembro de 2013 é estável: -0,1%. O Pentágono requer US$ 525,4 bilhões para 2013 contra os US$ 530,6 bilhões desse ano. O orçamento reflete uma "utilização disciplinada" do dinheiro investido pela Defesa, justificou Panetta.
A quantia prevista para as operações de guerra, que está separado do orçamento "de base" foi reduzida em um quarto: passa de 115,1 bilhões para 88,5 bilhões de dólares. Essa queda se deve ao fim da presença militar no Iraque e a redução prevista da atividade profissional americana no Afeganistão onde os efetivos passarão de 90 mil para 68 mil homens antes do outono. Os fundos previstos para o equipamento e treinamento de 350 mil homens das forças armadas (5,7 bilhões de dólares) foram reduzidos para a metade em relação a 2012. Questionado pela AFP, o Pentágono não explicou de imediato a razão dessa queda.
Com relação aos gastos, as novas prioridades estratégicas preveem, US$ 10,4 bilhões para as forças especiais, US$ 3,8 bilhões para aviões não tripulados (especialmente para a compra de 43 Predator e seis Global Hawks), US$ 3,4 bilhões para a ciber defesa, US$ 9,7 bilhões para a defesa antimíssil e US$ 8 bilhões para o espaço. Também há fundos para o futuro porta-aviões USS John F. Kennedy (US$ 782 milhões), dois destroiers (US$ 2,2 bilhões), dois submarinos de ataque (US$ 4,3 bilhões) e o futuro bombardeiro de longo alcance (US$ 300 milhões).
Nenhum programa de armamento mais importante foi anulado, apesar de alguns terem sido revisados para baixo ou suavizados ao longo do tempo, tal como aconteceu com o programa do avião F-35, o mais caro da história do Pentágono. De agora até 2017 serão economizados 15 bilhões de dólares, contando a compra de 179 dos 423 aviões F-35 previstos para esse período.
Além disso, cerca de US$ 9,1 bilhões estão previstos em 2013 para a compra de 29 aparatos.
Fonte: AFP via Terra - Via: Noticias sobre Aviação
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