No entanto, especula-se que o envio daquela sofisticada unidade naval, se destina a demonstrar mais uma vez, o interesse e empenhamento dos britânicos na defesa das suas possessões no Atlântico Sul, de entre as quais se destacam as ilhas Malvinas e a Georgia do Sul.
A especulação ganha ainda mais força quando o navio estará nas ilhas, quando se completam 30 anos sobre a invasão argentina de 1982, que conduziu ao conflito aberto com a Argentina e que culminou com a vitória britânica sobre o país sul americano.
Defesa aérea impressionante
Antigos responsáveis da Royal Navy presentemente aposentados, lembraram que nos dias de hoje, qualquer «ideia» da Argentina quanto a ataques às ilhas seria respondida com meios muito diferentes.
Um só navio da classe Daring tem uma capacidade de defesa aérea tal, que bastaria aos britânicos deixar um navio na área, para garantir que nenhuma aeronave argentina pudesse aproximar-se a menos de 300km das ilhas [1].
Segundo as mesmas fontes, a Grã Bretanha possuiu neste momento muito menos navios que em 1982, mas a sua capacidade efetiva para responder a ameaças continua relativamente elevada, especialmente por causa da superior qualidade dos seus sistemas de armas.
Equipado com mísseis anti-aéreos de curto e médio alcance e com sistemas de sensores capazes de detetar a saída de aeronaves das bases argentinas, um só navio do tipo seria suficiente para manter em respeito a força aérea argentina.
Dúvidas
No entanto nem todas as opiniões são coincidentes.
Se é verdade que os Daring estão entre os mais sofisticados navios do mundo (equiparados aos contra-torpedeiros de defesa aérea norte-americanos do tipo Arleigh Burke), não deixa de ser verdade que a Grã Bretanha possuirá apenas seis destes navios. Para manter permanentemente um só navio no Atlântico Sul, isso implica dedicar dois (e em algumas ocasiões três) dos navios para operações na área, o que se torna muito caro para as combalidas finanças britânicas.
Os navios ainda não receberam o complemento de mísseis anti-navio Harpoon-II e se fossem atacador por unidades navais (e não por aeronaves) teriam provavelmente que ser obrigados a retirar, especialmente se ameaçados por submarinos, dado os seus sensores anti-submarinos serem sofisticados mas a sua integração e interoperabilidade não estarem testadas.
Há especialistas em defesa que mantêm que um navio do tipo Daring, se acossado tanto por navios como por aviões não poderia garantir a defesa contra um «golpe-de-mão» por parte de forças especiais argentinas.
Nesse caso, um grupo de 100 a 200 militares argentinos, poderia com alguma facilidade destruir as pistas da base de Mount Pleasant. Caso as pistas fiquem inoperacionais, será inviável aos britânicos reabastecer as ilhas por ar e só uma operação naval poderia garantir a sua defesa.
A Grã Bretanha, não está em condições de voltar a realizar uma operação como a que levou a cabo em 1982. Na altura apenas restava aos britânicos um vetusto porta-aviões ligeiro e um ainda mais ligeiro, ainda que muito mais moderno, porta-aviões da classe Invincible.
Esses navios garantiram a capacidade britânica de controlar o ar e assim controlar o mar, isolando as forças argentinas em terra e tornando inevitável o desfecho.
Em favor dos britânicos joga no entanto a crescente falta de capacidade militar das forças armadas argentinas. Em 1982 a Argentina possuía a mais poderosa marinha da América do Sul e de longe a mais poderosa força aérea. Se com essa superioridade a Argentina demonstrou ser apenas um tigre de papel, duvida-se que hoje tenha capacidade para lançar qualquer tipo de operação com uma garantia mínima de sucesso.
Fonte: Area Militar
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