Em 1928 a Boeing iniciou os estudos para construir uma aeronave de caça que pudesse substituir os tipos da empresa em operação na Marinha Americana (Os caças Boeing F2B e F3B), estes estudos consolidaram-se na iniciativa privada de construir um pequeno biplano com a fuselagem semi-monocoque, conhecido como model 83.

A Boeing construiu duas versões uma monoplace e outra biplace. Por utilizarem tubos de alumínio aparafusados na estrutura interna ao invés da tradicional estrutura de aço soldada. Por ser leve e robusta a estrutura permitiu ao avião voar tão bem que logo a Marinha Americana encomendou 27 exemplares de uma versão aperfeiçoada que foi chamada de F4B1.

O Modelo 83, projetado para a US Navy, possuía um gancho para que pudesse aterrisar em porta aviões. Nas versões de série o alumínio passou a revestir a fusalagem no lugar do tecido ou madeira.


Em 1930 o desempenho e a manobrabilidade chamaram a atenção do USAAC (corpo aéreo do exercito americano - United States Army Air Corps) que também adotou o pequeno avião como o seu caça padrão (denominando-o P-12). O Modelo 89, construído para o Exército dos EUA, possuia um cabide ventral que o permitia carregar uma bomba de 500 lb (186 Kg). No total as Forças Armadas dos EUA compraram 586 desses caças em diferentes versões.


O Brasil adquiriu em 1932 14 aviões denominados 'Boeing 256' (versão de exportação F4B4 - última de produção). A aquisição desses aviões por parte do governo Getúlio Vargas, representou um salto de qualidade para a Aviação Naval e a Aviação Militar (exercito). Foram comprados visando o conflito de 1932 contra os 'Paulistas'. Entretanto esses aviões não chegaram a tempo de participar do conflito.


Durante o conflito, ficou patente a incapacidade das forças armadas da União Federal em efetivar ataques e combate aéreo, uma vez que esta empregava tipos inadequados. (como o vetor de caça Vought O2U Corsair Aviação Naval e o Nieuport Delage NiD-72C-1 do exercito), considerando a fidelidade da Marinha para com o Governo Vargas durante o conflito de 1932 (revolução de 1932), a Marinha recebeu primeiro as 6 aeronaves e o exercito outras 8. Todos novos advindos da fábrica Boeing.

Estas foram designadas na aviação naval como C1B-33 à C1B-38, sendo que a designação na Marinha do tipo era C1B (C=Caça 1=1º modelo B=Boeing) matriculas de 01 á 06, estando os mesmos alocados na recém criada 1º Divisão de Aviões de Combate, tendo esta unidade participado de missões de patrulhamento e defesa área na zona de fronteira da Bolivia e Paraguai, no período da Guerra do Chaco. Estas aeronaves ficaram baseadas em Ladário (atual Matogrosso do Sul).

Ainda em 1932, foi organizada uma esquadrilha de demonstração com esses aviões: líder, o Capitão-de-Corveta Djalma Fontes Cordovil Petit, e alas, os Capitães-Tenentes Lauro Oriano Menescal e José Kahl Filho.

Em 1933, abrilhantaram as festividades de inauguração do Aeroporto Internacional de Montevideo; escoltaram o navio Almirante Jaceguay, o qual conduzia o Presidente Getulio Vargas em viagem ao norte do país.

A "esquadrilha" também escoltou o Lockheed L-12 Electra do Presidente Vargas em viagens e realizou a escolta do dirigível Graf Zeppelin na sua chegada ao Rio de Janeiro em 1937.

A esquadrilha ganhou notoriedade pública com excursões pela Argentina e pelo Uruguai, sendo que no primeiro país o impacto das apresentações foi tão contundente que o congresso argentino aprovou o plano de modernização da Força Aérea do Exército Argentino e da Marinha daquele país.

Os F4B4 da Marinha ficaram baseados todos na Base Aérea do Galeão de 1932 à 1941. Com exceção de alguns meses em 1934 em que ficaram baseados em Ladário patrulhando a fronteira do Brasil com o Paraguai por conta da Guerra do Chaco.

Essa força contava com uma esquadrilha de 5 Boeing 256, sob a liderança do Capitão-de-Fragata Fernando Victor do Amaral Savaget, decolou do Galeão em 4 de dezembro para Ladário, com a finalidade de vigiar a fronteira fluvial, tendo como pilotos: Capitão-de-Corveta Álvaro Araújo e Capitães-Tenentes Guilherme Fischer Presser, Dario Cavalcanti de Azambuja e Antonio Joaquim da Silva Gomes. Também fez parte desse deslocamento, uma esquadrilha com 6 Vought Corsair.

Já em 1935 as aeronaves foram subordinadas ao Grupo de Observação e Combate, e posteriormente 1º Flotilha de Aviões de Combate onde passaram a ostentar pinturas de diversas cores nos anéis de velocidade das células remanescentes.

Os Boeing 256 agregaram novas doutrinas de operação na Marinha e no Exercito. Entretanto o emprego excessivo elevou o nivel de desgaste operacional que somado aos acidentes reduziram a frota há apenas duas aeronaves que que permaneceram em operação no Galeão até fins de janeiro de 1941, quando foram incorporados ao acervo da recém criada Força Aérea Brasileira sendo matriculados como FAB 01 e FAB 02.