Um piloto da força aérea síria voou em seu avião de caça MiG-21 ao longo
da fronteira com a Jordânia e pediu asilo nesta quinta-feira, na
primeira deserção envolvendo um avião militar desde o início do levante
contra o presidente Bashar al-Assad.
O piloto pousou seu avião na base aérea militar Rei Hussein, a 80
quilômetros a nordeste de Amã, e imediatamente pediu asilo, disseram
autoridades jordanianas à Reuters. "Ele está sendo interrogado neste momento", informou o ministro de Estado da Informação da Jordânia, Samih al-Maaytah.
A deserção vai aumentar a moral do movimento rebelde que luta contra
Assad num momento em que as forças do governo estão intensificando os
esforços para esmagar a revolta e os esforços internacionais de paz
estão paralisados.
Milhares de soldados desertaram do governo nos 15 meses desde que a
revolta eclodiu e eles agora formam a espinha dorsal do exército
rebelde. Mas, ao contrário das revoltas do ano passado na Líbia e Iêmen,
nenhum membro do círculo íntimo de Assad rompeu com ele.
Em outro lugar nesta quinta-feira, o Exército sírio manteve seu
bombardeio de áreas centrais de Homs, apesar de uma trégua temporária
ter sido acordada para permitir que os trabalhadores humanitários
retirassem doentes e feridos.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que seus trabalhadores
de ajuda tinham sido forçados a voltar atrás no caminho pela cidade
velha de Homs por causa de tiroteios, mas iriam tentar novamente no
final do dia.
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"O bombardeio do outro lado da cidade tem sido incansável desde a
noite passada, intensificando esta manhã. O Exército não tem a intenção
de aliviar a situação humanitária. Eles querem Homs destruída", disse o
ativista Abu Salah à Reuters de Homs.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização a
favor da oposição, informou que 31 pessoas foram mortas em todo o país
durante o dia, com pelo menos 10 deles em Homs.
A televisão estatal síria informou que o piloto que desertou era o
coronel Hassan Hamada. A comunicação com o avião foi perdida enquanto
ele estava em uma missão de treinamento, perto da fronteira com a
Jordânia, disse.
Fontes da oposição afirmaram que Hamada é um muçulmano sunita de 44
anos da província de Idlib e levou sua família escondida para a Turquia
antes de sua deserção.
Sua cidade natal Kfar Takharim tem sido repetidamente bombardeada nos
últimos meses e sofreu intensa artilharia e bombardeios de helicópteros
nos últimos dias, segundo militantes da oposição que falaram com a
família.
Muitos membros da Força Aérea, bem como soldados do Exército, são da
maioria sunita da Síria, embora oficiais da Inteligência sejam, em
grande parte, alauítas, a seita minoritária à qual Assad e sua família
pertencem e que constitui a sua base de poder.
O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos diz que a Força
Aérea tem 365 aviões de combate capazes, incluindo 50 caças MiG-23
Flogger e MiG-29 Fulcrum e 40.000 combatentes -um reflexo da esmagadora
vantagem militar que Assad tem sobre seus inimigos mal equipados.
A deserção mais importante até agora no conflito foi a do coronel
Riad al-Asaad em julho do ano passado, que ajudou a criar o movimento
rebelde Exército Livre da Síria depois de buscar refúgio na Turquia.
Fonte: Terra
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