O presidente da Venezuela ordenou a retirada de seu embaixador em
Assunção e a suspensão de envio de petróleo ao Paraguai em resposta à
deposição do ex-presidente Fernando Lugo, manobra qualificada pela
maioria dos países da região como um golpe de Estado.
Essa é a primeira sanção comercial que o Paraguai enfrenta desde a aprovação do impeachment "relâmpago", julgado em pouco mais de 24 horas, no Parlamento paraguaio na sexta-feira.
Essa é a primeira sanção comercial que o Paraguai enfrenta desde a aprovação do impeachment "relâmpago", julgado em pouco mais de 24 horas, no Parlamento paraguaio na sexta-feira.
"Vamos retirar o envio de
petróleo. Não apoiaremos para nada esse golpe. A partir deste instante,
ministro (Rafael) Ramirez, que cesse o envio de petróleo a esse país",
afirmou Chávez, durante uma cerimônia do dia do Exército venezuelano,
neste domingo.
"Nós não reconhecemos a outro presidente que não seja Fernando Lugo", disse. "Isso foi um golpe de Estado, mas a burguesia que deseja voltar a governar, disse que não foi. Para eles, não há leis", acrescentou.
No sábado a Argentina e o Brasil já haviam chamado seus embaixadores para consultas.
A petroleira estatal venezuelana PDVSA e a Petropar mantêm um acordo de cooperação de envio de petróleo à Assunção. A dívida paraguaia contraída com a Venezuela estava em renegociação nas últimas semanas, calculada em pouco mais de US$ 265 milhões (R$ 544 milhões).
"Nós não reconhecemos a outro presidente que não seja Fernando Lugo", disse. "Isso foi um golpe de Estado, mas a burguesia que deseja voltar a governar, disse que não foi. Para eles, não há leis", acrescentou.
No sábado a Argentina e o Brasil já haviam chamado seus embaixadores para consultas.
A petroleira estatal venezuelana PDVSA e a Petropar mantêm um acordo de cooperação de envio de petróleo à Assunção. A dívida paraguaia contraída com a Venezuela estava em renegociação nas últimas semanas, calculada em pouco mais de US$ 265 milhões (R$ 544 milhões).
De acordo com o
jornal paraguaio Última Hora, a Petropar dispõe de somente 128 mil
metros cúbicos de óleo diesel, suficiente para garantir o abastecimento
para os próximos dois meses. A estatal paraguaia ainda conta com o envio
de petróleo da Petrobras e Trafigura.
Na próxima quarta-feira os presidentes da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) devem se reunir para discutir novas sanções que poderiam ser aplicadas contra o novo governo paraguaio. O bloco tem encontrado dificuldades em aplicar uma sanção mais dura ao novo governo de Federico Franco - então vice-presidente de Lugo.
Colômbia e Chile têm resistido à aplicação da cláusula democrática da Unasul - que prevê suspensão do comércio regional e fechamento de fronteiras - caso um governo eleito constitucionalmente seja interrompido.
Ambos governos questionam a rapidez com que Lugo fora julgado, porém, não consideram que houve um golpe de Estado em Assunção.
Na próxima quarta-feira os presidentes da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) devem se reunir para discutir novas sanções que poderiam ser aplicadas contra o novo governo paraguaio. O bloco tem encontrado dificuldades em aplicar uma sanção mais dura ao novo governo de Federico Franco - então vice-presidente de Lugo.
Colômbia e Chile têm resistido à aplicação da cláusula democrática da Unasul - que prevê suspensão do comércio regional e fechamento de fronteiras - caso um governo eleito constitucionalmente seja interrompido.
Ambos governos questionam a rapidez com que Lugo fora julgado, porém, não consideram que houve um golpe de Estado em Assunção.
Mercosul e Unasul
Em entrevista a jornalistas em Assunção, Lugo disse que participará da reunião do Mercosul prevista para a próxima semana. Ainda não está claro se as reuniões de ambos blocos, Unasul e Mercosul, serão unificadas, para tratar da crise paraguaia.
Paraguai exerce a presidência pro-tempore da Unasul e o próximo a assumir será o Peru. "Nos comunicamos com o presidente Ollanta (Humala). Vamos adiantar essa transferência (...) também para a próxima semana.
Lugo disse que apoia as manifestações a seu favor para que seja reestabelecida a "ordem constitucional" e voltou a afirmar ter sido vítima de um "golpe parlamentar".
O nomeado presidente paraguaio Federico Franco disse que pediria ajuda à Lugo para melhorar as relações com os países vizinhos. O presidente deposto rejeitou dita proposta. "Não se pode colaborar com um governo que não tem a legitimidade da cidadania", afirmou.
Brasil
Ainda na noite de sábado, em sua primeira reação oficial ao impeachment de Lugo, o governo brasileiro condenou o "rito sumário de destituição" e convocou o embaixador no Paraguai para consultas.
"O Brasil considera que o procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional", afirmou, em nota, o Itamaraty.
Segundo o órgão, eventuais sanções ao Paraguai estão sendo avaliadas entre os membros do Mercosul e da Unasul. O Itamaraty diz, no entanto, que o governo brasileiro "não tomará medidas que prejudiquem o povo irmão do Paraguai".
A convocação do embaixador brasileiro para consultas, que no protocolo diplomático indica séria reprovação à decisão paraguaia, foi anunciada horas após a Argentina adotar a mesma postura.
A chancelaria argentina afirmou que a representação diplomática do país ficará a cargo de um encarregado de negócios "até que seja restabelecida a ordem democrática" no Paraguai.
Em entrevista a jornalistas em Assunção, Lugo disse que participará da reunião do Mercosul prevista para a próxima semana. Ainda não está claro se as reuniões de ambos blocos, Unasul e Mercosul, serão unificadas, para tratar da crise paraguaia.
Paraguai exerce a presidência pro-tempore da Unasul e o próximo a assumir será o Peru. "Nos comunicamos com o presidente Ollanta (Humala). Vamos adiantar essa transferência (...) também para a próxima semana.
Lugo disse que apoia as manifestações a seu favor para que seja reestabelecida a "ordem constitucional" e voltou a afirmar ter sido vítima de um "golpe parlamentar".
O nomeado presidente paraguaio Federico Franco disse que pediria ajuda à Lugo para melhorar as relações com os países vizinhos. O presidente deposto rejeitou dita proposta. "Não se pode colaborar com um governo que não tem a legitimidade da cidadania", afirmou.
Brasil
Ainda na noite de sábado, em sua primeira reação oficial ao impeachment de Lugo, o governo brasileiro condenou o "rito sumário de destituição" e convocou o embaixador no Paraguai para consultas.
"O Brasil considera que o procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional", afirmou, em nota, o Itamaraty.
Segundo o órgão, eventuais sanções ao Paraguai estão sendo avaliadas entre os membros do Mercosul e da Unasul. O Itamaraty diz, no entanto, que o governo brasileiro "não tomará medidas que prejudiquem o povo irmão do Paraguai".
A convocação do embaixador brasileiro para consultas, que no protocolo diplomático indica séria reprovação à decisão paraguaia, foi anunciada horas após a Argentina adotar a mesma postura.
A chancelaria argentina afirmou que a representação diplomática do país ficará a cargo de um encarregado de negócios "até que seja restabelecida a ordem democrática" no Paraguai.
Fonte: UOL
O que se esconde por trás do golpe no Paraguay?
" Paraguay: detrás del retorno de la mafia de Stroessner, la inteligencia norteamericana "
Jean-Guy Allard no ISLAmía
Jean-Guy Allard no ISLAmía
"
É o neocolonialismo, agora faminto pelo controle direto ou indireto das
riquezas do século 21: petróleo, terras, água doce, biodiversidade.
Um Paraguai alinhado a
Washington, portanto, traz grandes vantagens potenciais a interesses
políticos, econômicos, diplomáticos e militares estadunidenses."
Luis Carlos Azenha no Viomundo
" De
fato, ainda falta muito para o povo paraguaio se liberte das garras das
classes dominantes. A queda de Lugo pode significar um retrocesso na
correção de forças do continente, uma vez que abre espaço para que as
forças direitistas voltem assumir o executivo. Mais do que isso,
representa uma ruptura no ensaio latinoamericano de dar respostas
significativas ao neoliberalismo e a crise capitalista. Que as vontades
das urnas sejam respeitadas! Pelo bem da democracia."
Gustavo Menon no Brasil de Fato
" A
ruptura democrática no Paraguai, para nós que com ele dividimos uma das
maiores usinas hidrelétricas do mundo ou uma fronteira por onde
trafega intensa relação comercial é ameaçadora porque nos afeta
diretamente. Bem como aos demais países da região.
Por
o Paraguai ter uma economia minúscula, os EUA poderão despejar dólares
em seus cofres de forma a ter como sustentar o regime de força que acaba
de ser instalado e que já começa a promover censura – no mesmo dia da
deposição de Lugo, o “presidente” biônico do país mandou a tevê estatal
censurar as manifestações de apoio ao presidente deposto."
Eduardo Guimarães no Cidadania
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