A
TV estatal do Irã afirmou nesta quinta-feira que o país detectou "um
massivo ciberataque" contra suas instalações nucleares, após diálogos
com potências mundiais nesta semana não conseguirem resolver o impasse
sobre as atividades atômicas do país.
O ministro da Inteligência do Irã, Heydar Moslehi, acusou os maiores
adversários do país, Estados Unidos e Israel, de terem planejado o
ataque junto com o Reino Unido.
- Baseado na informação obtida, a América e o regime sionista
(Israel) junto com o MI6 (serviço de inteligência britânico), planejaram
uma operação para lançar um massivo ciberataque contra as instalações
iranianas seguindo o encontro entre o Irã e o P5+1 em Moscou - disse o
ministro, segundo a Press TV. - Eles ainda buscam executar o plano, mas
nós tomamos as medidas necessárias.
No mês passado, especialistas em segurança afirmaram que um vírus de
computador altamente sofisticado, o Flame, infectou computadores no Irã e
em outros países do Oriente Médio.
Autoridades iranianas correram para dizer que o país derrotou o
vírus, capaz de obter dados e gravar áudios nos computadores infectados.
Não ficou claro se o ataque comentado por Moslehi era relativo ao Flame
ou se é algum novo vírus.
O programa nuclear do Irã foi atacado em 2010 pelo vírus Stuxnet, que
levou ao estrago de centrífugas na principal instalação nuclear
iraniana. Teerã também acusa EUA e Israel de serem os responsáveis pelo
desenvolvimento do Stuxnet.
Há quase uma década, países ocidentais duelam com o Irã por causa de
seu programa atômico. Eles acusam o país do presidente Mahmoud
Ahmadinejad de tentar desenvolver armas nucleares. Teerã nega as
acusações e alega estar desenvolvendo tecnologias pacíficas.
No início de junho, funcionários do governo americano revelaram que
os EUA começaram a criar o vírus Stuxnet durante a Presidência de Bush
para evitar que as supostas armas nucleares iranianas fossem
desenvolvidas com sucesso. O atual presidente, Barack Obama, teria
acelerado essa operação a partir de 2009, segundo os oficiais.
Na terça-feira, o Irã e potências mundiais não conseguiram garantir
um avanço nas negociações. Após dois dias de diálogo, a chefe de
política externa da União Europeia, Catherine Ashton, disse que
diferenças significativas ainda persistem e que os dois lados
concordaram em fazer um novo encontro em Istambul em 3 de julho.
- Se o outro lado concordar em reconhecer os direitos (nucleares) do
Irã baseados nos regulamentos internacionais, o Irã está pronto para
negociar qualquer coisa - afirmou Ali Akbar Velayati, conselheiro do
líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, de acordo com a agência
oficial Irna.
Fonte: Yahoo
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