A morte de um técnico de eliminação de dispositivos explosivos da Estônia na Líbia chamou atenção para um problema contínuo com estoques de armas abandonadas quase um ano depois da queda de Muamar Kadafi.
O técnico Kaido Keerdo morreu em março enquanto
examinava munições não detonadas espalhadas perto de um complexo da
polícia e um posto de controle em Ad Dafniyah, como parte de seu
trabalho para o grupo de auxílio Danish Church Aid (Ajuda da Igreja
Dinamarquesa, em tradução livre).
O posto havia sido disputado por milícias líbias rivais
três noites antes. Os grupos disputavam acesso a 22 contêineres da era
de Kadafi, de acordo com a investigação do grupo de auxílio.
Um dos recipientes foi atingido durante os
combates e pegou fogo. A explosão destruiu pelo menos outros 11
contêineres, arremessando ao ar uma coleção mal armazenada de granadas,
foguetes e morteiros, alguns dos quais aterrissaram quase a 450 metros
de distância do local da explosão.
As munições ficaram espalhadas perto de casas, uma mesquita e uma escola ao longo da principal estrada costeira da Líbia.
Milícias inadequadamente treinadas e policiais mal
preparados haviam armazenado foguetes e bombas com seus fusíveis
inseridos, uma combinação bastante perigosa. Em meio aos equipamentos
estavam foguetes de 122 milímetros que continham minas terrestres do
tipo 84, uma das armas mais voláteis nos estoques pré-guerra da Líbia.
Keerdo, um líder da equipe de desativação de minas, foi
examinar o complexo policial e, aparentemente, ajoelhou-se perto de um
destes foguetes. Pelo menos uma mina explodiu, matando-o
instantaneamente.
Mas esse tipo de acidente não é o único risco relacionado com as enormes reservas de armas da Líbia.
Violência
As armas abandonadas contribuem para a criminalidade e a
violência interna na Líbia, tanto entre milícias rivais quanto contra
estrangeiros. Nos últimos dias, um Consulado dos Estados Unidos e um
carro diplomático britânico foram atacados.
E repetidos relatos de contrabando - para traficantes,
insurgentes ou terroristas da Argélia, Chade, Egito, Líbano, Mali,
Síria, Tunísia, territórios palestinos e outros lugares - têm circulado
na região desde o ano passado.
Para Knut Furunes, que administra o esforço realizado pelo grupo
de auxílio dinamarquês para limpar a região de munições abandonadas, a
cadeia de eventos que mataram Keerdo, 31 anos, ressaltou muitos
problemas ainda existentes no país.
Fonte: IG
Nota: Kaido Keerdo (foto), 31 anos, era um veterano da unidade do elite do Exército da Estónia, unidade especializada em eliminação explosivos. Ja havia atuado no Quênia e no sul do Sudão, antes de ir para a Líbia.
Ele estava trabalhando através de uma ONG Igreja da Caridade Dinamarquesa (DCA- Danish Church Aid) quando ele morreu. Ele teria sido morto por uma mina anti-tanque "Tipo 84", uma munição cluster chinesa que feriu gravemente outros dois auxiliares. Fica a minha homenagem a 'Keerdo' e aos muitos homens e mulheres corajosos que arriscam suas vidas todos os dias para tentar erradicar minas e bombas de fragmentação (resíduos explosivos de guerra) em todo o mundo.
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