Em combates pela cidade síria de Aleppo, as tropas governamentais empregaram caças de combate, informa um repórter da BBC, que diz encontrar-se perto do lugar dos combates. É o primeiro caso de utilização da Força Aérea nessa cidade.
Os rebeldes começaram um ataque a Aleppo no fim-de-semana, esperando estabelecer seu total contrôle sobre a cidade. Mas as tropas fiéis ao regime de Assad respondem com bombardeamentos de mísseis e artilharia. Alguns alvos na cidade estão sendo metralhados por helicópteros. Segundo um repórter francês que está na cidade, os rebeldes assediam delegacias policiais no centro da urbe. Antes, as tropas governamentais estabeleceram o total contrôle sobre a capital, Damasco.
Fonte: A voz da Russia
A Síria enviou milhares de soldados e uma coluna de blindados para a
Aleppo na madrugada de quarta-feira (horário local), reforçando os
ataques aéreos contra rebeldes entrincheirados na maior cidade do país.
A rebelião na Síria começou há 16 meses como um movimento popular
de protesto por democracia, evoluiu para uma insurgência em províncias
remotas e agora se transformou em uma batalha pelo controle das duas
principais cidades do país, Aleppo e a capital Damasco, que é
ligeiramente menor e onde houve violentos combates na semana passada.
As forças do presidente Bashar al-Assad lançaram intensos
contra-ataques em ambas as cidades e, aparentemente, conseguiram
expulsar os rebeldes de vários bairros da capital. Agora, estão se
concentrando em Aleppo.
Ativistas de oposição disseram que milhares de soldados se
retiraram com seus tanques e blindados do planalto estratégico de Jabal
al-Zawiya, perto da fronteira com a Turquia, e estavam se encaminhando
para Aleppo.
Em Aleppo, moradores disseram que helicópteros passaram o dia
rondando e disparando mísseis. As forças rebeldes enfrentavam as tropas
do governo junto aos portões da histórica Cidade Velha.
"Ouvi pelo menos 20 foguetes serem disparados, acho que de
helicópteros, e também muitos disparos de metralhadoras", disse por
telefone um morador dos arredores, que se identificou como Omar.
"Quase todo mundo fugiu em pânico, até a minha família. Fiquei
para tentar conter os saqueadores; ouvimos que eles vêm com frequência
depois que uma área é bombardeada."
Moradores também viram o sobrevoo de aviões, seguido por ruídos
intensos, mas houve relatos contraditórios sobre se eles teriam
disparado, ou se o barulho era pelo rompimento da barreira do som.
Na frente diplomática, a Rússia, aliada de Assad, somou-se nesta
terça-feira aos apelos de governos ocidentais para que a Síria não use
armas químicas e biológicas no conflito.
Na véspera, o governo sírio admitiu pela primeira vez possuir
esse tipo de arsenal, mas prometeu não usá-lo contra rebeldes, só contra
ameaças externas, uma declaração que, ao invés de tranquilizar o mundo,
causou mais preocupação.
Também nesta terça-feira, um general que desertou recentemente
das forças sírias fez suas primeiras declarações públicas, pela TV al
Arabiya.
"Me dirijo a vocês ... como um dos filhos do Exército Árabe da
Síria que rejeitam o comportamento criminoso deste regime corrupto",
disse o general de brigada Manaf Tlas. "As honoráveis pessoas nas forças
militares não aceitariam esse crime."
Tlas é membro da maioria sunita, e sua deserção foi vista como um
sinal de que a elite desse ramo islâmico abandonou definitivamente
Assad, membro da seita minoritária alauíta.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo oposicionista com
sede na Grã-Bretanha, afirma que a violência na Síria está se
intensificando e que 1.261 pessoas morreram desde o dia 15, quando os
combates chegaram com força a Damasco. Desde o início do conflito,
estima-se que mais de 18 mil pessoas tenham morrido.
Ativistas disseram que soldados e milicianos leais ao governo
atacaram nesta terça-feira uma mesquita numa aldeia a noroeste da cidade
de Hama, deixando dezenas de mortos.
Houve relatos também de um bombardeio com pelo menos nove mortos
na localidade de al-Herak, ao sul de Deraa, que foi o berço da revolta, e
combates em vários bairros de Damasco, inclusive Barzeh, perto do
centro.
Fonte: Reuters
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