O caça de ataque leve Super Tucano, da Embraer, vai receber sistemas
de armas de avançada tecnologia da Boeing Defesa, Espaço e Segurança.
A
empresa americana fornecerá equipamentos de ponta como o Joint Direct
Attack Munition (JDAMS), espécie de kit que transforma bombas "burras"
em versões "inteligentes", para ataques de precisão.
Cotado a US$ 25 mil a unidade, o conjunto será acompanhado do
JDAM Laser, um acessório que permite expandir o raio de ação e reduzir a
margem de erro. O pacote inclui as Small Diameter Bombs (SDB), modelos
menores, mais leves, de última geração. Sem perda de poder de
destruição, mas com maior alcance: 50 a 110 quilômetros. Cada uma sai
por US$ 40 mil.
O acordo de parceria será formalizado nesta terça-feira, no
Salão Aeronáutico de Farnborough, nos arredores de Londres. A Boeing foi
selecionada pela Embraer para participar do plano destinado a adicionar
novas capacidades ao turboélice A-29 Super Tucano. Os recursos passarão
a ser oferecidos em todas as ações de vendas internacionais do avião.
Ontem à noite, o presidente da Embraer Defesa e Segurança,
Luiz Carlos Aguiar, destacou que a integração de sistemas vai
influenciar a disputa para fornecimento de 20 aviões da classe do A-29,
no valor de US$ 599 milhões, para a Força Aérea dos Estados Unidos, que
os repassará à aviação do Afeganistão. A empresa brasileira venceu a
disputa do programa da aeronave de Suporte Aéreo Leve, (LAS, na sigla em
inglês) em dezembro de 2011. Finalista derrotada, a Hawker Beechcraft,
iniciou um processo judicial contestando o resultado.
Em fevereiro, antes da decisão da Justiça, a aviação dos EUA
decidiu cancelar o contrato. Houve grande repercussão negativa. Pouco
depois, um novo procedimento foi iniciado habilitando as duas
corporações, solicitando novas informações.
O produto da Hawker ainda está em desenvolvimento e não se
enquadra nos requisitos da LAS. O Super Tucano é usado por forças de
sete países e acumula pouco mais de 130 mil horas de voo, das quais
cerca de 18,5 mil cumprindo missões de combate. Toda a frota em
atividade soma 150 turboélices de ataque e treino. A decisão do
Pentágono só será conhecida no final do ano.
Para Donna Hrinak, presidente da Boeing do Brasil, o acordo
“é uma consequência natural do bom relacionamento entre as empresas -
quando falamos com a Embraer é como se falássemos com nós mesmos”.
Hrinak, a ex-embaixadora dos EUA no Brasil, a cooperação evidência o
efeito do compromisso bilateral no setor da Defesa assinado em 2010. “A
visita do secretário de Defesa Leon Panetta ao País confirmou essa
posição favorável”, disse.
Fonte: IG
0 Comentários