A situação na Síria está se deteriorando a tal ponto que o Líbano
poderá ser "tragado" pela guerra civil do país vizinho. A avaliação é do
vice-almirante da Marinha brasileira Luiz Henrique Caroli, que foi
comandante-geral da Força-Tarefa Marítima da Unifil (Força Interina da
ONU no Líbano) entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2012.
O Brasil lidera um grupo de seis países que monitoram as águas libanesas
para evitar a entrada de armas ilegais no país, que faz fronteira com a
Síria e com Israel.
Caroli recepcionou ontem a fragata União, que retornou ao Rio após seis
meses no país árabe, e contou que a situação no Líbano dá mostras de que
pode chegar ao mesmo patamar da que há na Síria.
"A situação na Síria é muito preocupante e pode tragar o Líbano. Os dois
países nasceram de um só e há uma quantidade muito grande de grupos
pró-Assad por lá", afirmou, referindo-se ao ditador sírio Bashar
al-Assad, que resiste no poder.
O comandante da fragata União, Ricardo Gomes, explicou que o Líbano vive
sob forte tensão, principalmente pelo apoio de grupos como o xiita
Hezbollah ao governo sírio. "Se o Líbano entra na guerra, a situação
geográfica ficará complicada."
Em seis meses de operação, dois grandes carregamentos de armas foram
interceptados pela força-tarefa. Os armamentos teriam como destino o
Exército da Síria Livre, de oposição a Assad. "A ideia era interceptar
qualquer tipo de armamento, seja ele pró-regime ou não", disse.
Fonte: Folha
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