O Brasil parece ter as melhores perspectivas no longo prazo entre as
potências econômicas emergentes, graças a sua estrutura política
estável, aos amplos recursos naturais e ao bom relacionamento com os
vizinhos, disse nesta terça-feira o ex-presidente dos Estados Unidos
Bill Clinton, em um apoio evidente a uma economia que ultimamente tem
enfrentado dificuldades. "Se eu estivesse sentado em uma sala apostando sobre o
futuro dos países em ascensão, eu apostaria primeiro no Brasil", afirmou
Clinton.
A economia brasileira permaneceu estagnada no ano
passado e deve crescer apenas 1,7 por cento em 2012 --menos do que a
metade da média estimada para a América Latina. Alguns líderes
empresariais acreditam que o modelo de crescimento do país liderado
pelas commodities e pelo crédito praticamente se esgotou, e pedem que o
governo corte os impostos e tome outras medidas urgentes para estimular o
investimento.

O ex-presidente norte-americano afirmou que o Brasil
está comparativamente melhor do que a Índia, que enfrenta dificuldades
com uma agenda de reforma econômica estagnada, e a China, que apresenta
tensões com alguns de seus vizinhos e corre o risco de sofrer com
escassez de água e outros recursos naturais.
A China "daria tudo para ter os problemas ambientais
que vocês têm", disse Clinton a uma plateia formada em sua maioria por
brasileiros.
Clinton falou ao lado de outros dois líderes
proeminentes que também defenderam o livre mercado e a globalização
durante os anos 1990 --o ex-premiê britânico Tony Blair e o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Blair citou o progresso do Brasil na redução da pobreza
e da desigualdade ao longo das últimas duas décadas, dizendo que o país
é uma inspiração para as nações africanas onde tem passado seu tempo
ultimamente e ainda uma prova de que o capitalismo liberal ainda
funciona, apesar da crise nos países da União Europeia e entre outras
nações ricas.
O Brasil levou mais de 30 milhões de pessoas --cerca de
15 por cento de sua população-- para a classe média durante a última
década.
Fernando Henrique Cardoso afirmou, por sua vez, que a
presidente Dilma Rousseff e o antecessor Luiz Inácio Lula da Silva têm
dependido muito do estímulo ao crédito público e do setor privado,
enquanto escorregam no rigor fiscal.
"Há a impressão de que as coisas estão iguais (como nos anos 1990), mas na realidade houve muita mudança", afirmou. O fórum foi promovido pelo banco de investimento Itaú BBA, uma unidade da Unibanco Holding.
Fonte: UOL/BOL
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