O assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, descartou nesta sexta-feira que o Brasil volte a negociar o valor pago pela energia que compra do Paraguai, como quer o governo de Federico Franco.
"Não está em consideração isso. Nós fizemos uma negociação muito importante, que sofreu restrições aqui no Brasil ", disse Garcia, após se apresentar em evento na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. 
"A triplicação (dos valores pagos ao Paraguai) está em vigor há poucos meses", acrescentou.
No entanto, para Franco, o aumento aprovado pelo Brasil em 2011 --e que triplicou o valor pago-- não foi suficiente, segundo declarações dadas à Folha pelo chanceler paraguaio José Félix Estigarribia.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFoacor4ro9zCJcam0kXdpsKio2VfxTvxTT65ZGvJ9HqSrcTFeDAtbU1ePq-P-hUjLkTZ9ERnUQxyP6UBqTkCOAyr4IuSHPGRfy175KfXsBxElH_Q0oozxav_NCOnmiH1_fVsFucg95P8/s1600/usinaitaipu.jpg O preço foi triplicado neste ano, após longas negociações lideradas pelo então presidente Fernando Lugo, que já tinha feito desse aumento uma bandeira desde a campanha eleitoral que o levou ao poder em 2008.
O Brasil mantém praticamente congeladas suas relações com o Paraguai desde a destituição de Lugo, em junho passado, e promoveu a suspensão temporária do país do Mercosul.
POLÊMICA
Após ver seu governo ser suspenso do Mercosul por Brasil, Argentina e Uruguai no mês passado, Franco, declarou na quarta (8) não estar mais "disposto a ceder energia" para Brasil e Argentina.
Na avaliação do governo Dilma Rousseff, a ameaça é mais um discurso para o público interno do que uma medida a ser posta em prática.
O governo vai encarregar o Itamaraty de buscar esclarecimentos, lembrando a gestão vizinha que o Brasil, em 2011, aceitou corrigir o valor pago pela energia excedente e está ajudando a financiar uma linha de transmissão no Paraguai precisamente para que o país possa aumentar sua capacidade de consumo.
A ameaça de Franco também vale para a usina de Yacyretá, que o país tem em sociedade com a Argentina. 

Fonte: Folha