O uso de tecnologias desenvolvidas em competições de alto
desempenho como a F1 no cotidiano normal das pessoas não é uma novidade.
A própria categoria já chegou a ajudar no estudo de novos materiais e
sistemas a serem utilizados na indústria automotiva.
Uma matéria do jornal “Mail on Sunday”, versão do inglês “Daily Mail”
que sai aos domingos, publicada no último final de semana revelou a
mais nova contribuição da categoria. A ECU, computador central do carro
de F1, está sendo adaptada para ser utilizada em hospitais infantis.
O equipamento é padrão na categoria e desenvolvido pela McLaren para
monitorar diversos detalhes do carro em tempo real como temperatura dos
freios, pressão do óleo e outros itens através de mais de 120 sensores
espalhados pelo veículo. Após uma conversa entre um engenheiro da equipe
inglesa e um pediatra, surgiu a ideia de se utilizar esta grande
capacidade para que se possa acompanhar sinais vitais de crianças em
tratamento intensivo.
As primeiras experiências estão sendo realizadas no Hospital Infantil
de Birmingham, na Inglaterra. Uma versão adaptada da ECU da F1 está
sendo usada para medir batimentos cardíacos, níveis de oxigenação e
pressão sanguínea, entre outros. O equipamento já tem se mostrado mais
eficiente do que os utilizados normalmente pelo hospital, por causa da
sua alta capacidade de processamento dos dados e velocidade para chegar
aos resultados.
Assim, os médios têm a possibilidade de registrar sinais de queda da
condição da criança mais rapidamente através de sinais bastante sutis,
que os sistemas atualmente utilizados não conseguem registrar.
Dr Heather Duncan afirmou ao “Mail on Sunday” que a experiência é um
grande avanço neste tipo de tratamento, já que ajuda aos médicos terem
uma ideia melhor do que está acontecendo com seus pacientes de forma
mais precisa e rápida em tratamentos em casos graves, em que a
velocidade da tomada de decisões pode ser algo vital.
“Os engenheiros da F1 fazem muitas coisas com monitoramento em tempo
real durante as corridas olhando para o desempenho e fazendo modelos
para ver quando eles devem parar para trocar pneus e fazer pitstops.
Eles, essencialmente, fazem previsões, o que não conseguimos fazer na
área de saúde. Apesar de estarmos sempre vendo o que está acontecendo ao
lado da cama, não podemos ver as tendências a longo prazo. Este
programa nos permite fazer isso, e pode aumentar as chances de
sobrevivência da criança”, explicou.
Ela espera agora conseguir financiamento para evoluir a pesquisa, já
que o equipamento ainda precisa de alguns ajustes. “Por exemplo, a taxa
de respiração começou a aparecer em ‘rotações por minutos’”, explicou a
doutora.
Mesmo assim, com os bons resultados alcançados tão rapidamente, a Dr
Duncan disse que espera ver em breve as ECUs da F1 sendo utilizadas em
outras unidades de saúde da Inglaterra em breve.
Fonte: UOL
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