Em junho, o governo brasileiro
enviou uma carta aos três concorrentes (Dassault, Boeing e Saab) da
licitação do projeto FX – que prevê a compra de 36 caças para equipar a
Força Aérea Brasileira (FAB) – pedindo a extensão do prazo de suas
propostas até dezembro.
Em entrevista ao jornal The Wall Street Journal,
o ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou que o procedimento é padrão
para o governo – e que as propostas devem ser renovadas a cada seis
meses, enquanto a decisão final não tiver sido tomada. “O projeto não
está sendo abandonado. Haverá uma decisão no tempo certo. Mas, hoje, eu
prefiro não apontar uma data”, afirmou o ministro.
Segundo Amorim, o governo não está
conversando com nenhuma das empresas, em especial, atualmente. A decisão
sobre os caças segue na mesa da presidente da República, mas vem sendo
preterida desde que a desaceleração econômica tornou-se o centro das
atenções do governo. Não só falta tempo para definições sobre a pasta da
Defesa, como também a situação fiscal do país não é das mais
folgadas. A queda da arrecadação tem, inclusive, se tornado um obstáculo
para o Palácio do Planalto executar todas as ações de estímulo
econômico que planeja.
De acordo com o ministro, o governo
baseará sua decisão em preço, qualidade e transferência de tecnologia.
“Mas o peso específico que será dado a cada critério é algo que eu não
tive a chance de conversar profundamente”, afirmou.
Fontes do setor garantem, contudo, que a
decisão terá critérios muito mais complexos e estratégicos, envolvendo
outros acordos econômicos e políticos. Exemplo disso é que o
ex-presidente Lula e seu ministro da Defesa, Nelson Jobim, defenderam
abertamente a concorrente francesa Dassault de olho, principalmente, no
apoio do ex-presidente Nicolas Sarkozy à candidatura brasileira ao
Conselho de Segurança da ONU.
O orçamento da Defesa vem recuando ao
longo dos anos. Está atualmente em 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB),
ante 2% fixados em 2011.
Fonte: VEJA/NOTIMP
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