As Inovações “revolucionárias” na estratégia militar do imperialismo
iluminam bem a ameaça para a humanidade de um sistema de poder
monstruoso.
Os Estados Unidos surgem como pioneiros em duas formas de agressão que o
Pentágono define como evolução na arte da guerra: os drones, aviões sem
piloto, e os ataques cibernéticos. Robôs sofisticados, as aeronaves sem
piloto estão sendo utilizadas intensamente em bombardeamentos no
Afeganistão e no Paquistão e em operações similares no Iêmen e na
Somália.
Num brilhante ensaio, o professor português Frederico Carvalho analisa a
rápida expansão desses armamentos de tecnologia avançada. Em 2003, o
número de veículos aéreos sem piloto (VANT) - DRONE excedia já os sete milhares.
Segundo o Pentágono, esses engenhos vieram “revolucionar a arte
militar”.
Eles apagaram na guerra a fronteira entre o soldado e o civil. Agora,
algures numa pequena cidade dos EUA, um técnico, recebidas as instruções
sobre o alvo a atingir, carrega nos botões de uma mesa de comando e
depois vai jantar com a família de consciência tranquila. Nem sequer
conhece o resultado da operação criminosa.
Mas, o ataque pode ser também desfechado de uma base na Etiópia, em
Djibuti, nas Seychelles ou na Arábia Saudita. Eventualmente, de um
porta-aviões. Os drones disparam mísseis Halfi re ou Scorpion.
Afirmam os generais do Pentágono que os danos colaterais são mínimos.
Mentem Dennis Blair, o ex-diretor Nacional da Espionagem, qualifica os
Vasps de “arma perigosamente sedutora”, porque “é barata, não faz
vítimas americanas e transmite uma imagem de dureza”.
Oficialmente, os alvos visados são grupos de terroristas ou
personalidades cujos nomes constam de uma lista submetida à aprovação
prévia do presidente Obama.O balanço dos ataques a aldeias das zonas
tribais do Paquistão, planejados e controlados diretamente pela CIA, é
pesado.
Nas aldeias bombardeadas por cada “terrorista” abatido são mortos dez
camponeses. De uma só vez, os mísseis de um drone mataram 26 soldados
paquistaneses. A indignação naqueles país foi tamanha que o governo de
Islamabad proibiu durante meses na fronteira o trânsito de caminhões de
abastecimento às tropas americanas e da Otan que ocupam o Afeganistão.
O presidente Obama não somente aprova a utilização massiva dos drones
como deu o seu aval a uma alteração dos regulamentos que autoriza o
recurso “a força letal” longe de zonas de guerra. Por outras palavras, o
assassinato em países estrangeiros de indivíduos considerados
“perigosos” para a segurança dos EUA passou a ser legal.
Além dos drones, os EUA contam hoje com um arsenal de robôs de reconhecimento. Revistas especializadas referem a existência de pequenos robôs espiões
com a aparência de insetos, que passam despercebidos. Está, aliás, em
estudo a utilização de insetos reais em que seria implantado um chip
eletrônico que permitiria comandar a distância o seu voo.
Cibernética a serviço da guerra
Os EUA são também pioneiros na utilização da cibernética como
instrumento de espionagem e arma eficaz para a desativação ou destruição
de equipamentos e sistemas informatizados.
O subsecretário de Defesa dos EUA, William Lynn, reconheceu numa
declaração pública que para o Pentágono, o ciberespaço “é um novo teatro
de guerra”, como o solo, o mar ou o ar.
Atos de agressão cibernética confirmam essas palavras. Em setembro de
2010 a mídia estadunidense noticiou que o parque de ultracentrifugadoras
de Natanz, no Irã, fora alvo de um ataque. Em Washington sabia-se que
ali se procedia ao enriquecimento de urânio natural destinado a
combustível nuclear para a produção de energia.
Aproximadamente mil centrifugadoras foram então inutilizadas pela
operação de pirataria cibernética que utilizou o vírus Stuxnet.
Posteriormente, soube-se que esse vírus, ate então desconhecido,
resultara de um projeto americano-israelense.
Operações como a citada são planejadas e executadas sob a direção do
Ciber Comand, subunidade do Comando Estratégico das Forças Armadas.
É de lamentar que a mídia brasileira, com poucas exceções, preste
escassa atenção à importância crescente da guerra robótica e da
ciberguerra nas agressões imperiais dos EUA. Essas inovações
“revolucionárias” na estratégia militar do imperialismo iluminam bem a
ameaça para a humanidade de um sistema de poder monstruoso que somente
encontra precedente no III Reich nazista.
Fonte: Opera Mundi - Por Miguel Urbano Rodrigues, jornalista e escritor português
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