O caça bombardeiro AMX, o A-1 da Força Aérea, realizou uma série de
ensaios de lançamentos de precisão com bombas "inteligentes" de 230
quilos, guiadas por meio de um laser. Depois de um voo planado, as armas
chegam ao alvo com o erro máximo de oito metros. A distâncias curtas, a
precisão final pode chegar a cerca de 50 centímetros.


Tríade estratégica. Os resultados das provas interessam
particularmente aos planejadores do Ministério da Defesa, empenhados
desde 2007 na criação da Estratégia Nacional de Defesa, sancionada pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2009. Segundo um dos cenários
desenvolvidos, o Brasil deverá dispor, a médio prazo, de uma força
dissuasória baseada em uma tríade formada por uma frota de submarinos de
ataque, de propulsão convencional e nuclear, associada a uma aviação de
longo alcance e, em terra, um exército poderoso, ágil e com capacidade
expedicionária.

O custo da empreitada bate nos R$ 21 bilhões e
envolve, além dos navios, nova base de operações e um estaleiro
industrial, ambos em construção acelerada em Itaguaí, litoral do Rio.
Os projetos são efetuados pela brasileira Odebrecht Defesa e
Tecnologia, em consórcio com a francesa DCNS. Silenciosos e invisíveis,
os submarinos exercem papel intimidativo. Em ação, poderão disparar seus
mísseis de cruzeiro contra pontos vitais de um provável inimigo a 300
quilômetros do ponto de lançamento. "É o equivalente a um ataque à
Refinaria de Paulínia, interior de São Paulo, a partir de uma posição no
mar, a 120 quilômetros de Santos", explica um engenheiro naval da
Marinha.



A ação de consequências rápidas é a reorganização física da Força
Terrestre. As unidades de pronta mobilização estão sendo levadas para o
interior do País, próximo das bases e facilidades de transporte da
Aeronáutica. A Brigada de Paraquedistas vai para Anápolis (GO), onde
está uma das maiores facilidades da FAB. A Brigada de Forças Especiais
já está em Goiânia. Em Campo Grande (MS), a Defesa está montando um
complexo militar que abrange as três Forças - de olho na sensível
fronteira oeste.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, sustenta que "ser pacífico não é
ser indefeso". Para ele, "o Brasil deve construir capacidade
dissuasória que torne extremamente custosa a perspectiva de uma agressão
externa ao nosso País". Amorim sustenta que a modernização das Forças
Armadas "é necessária para prover os meios de prevalecer a posição
nacional em eventuais conflitos".
Para o professor das Faculdades Rio Branco, Gunther Rudzit, o risco
de abrasão diplomático-regional causada pela política de Defesa do
Brasil "pode ser evitado, desde que haja uma boa coordenação com o
Itamaraty".
Fonte: Estadão
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