A Agência Espacial Americana (Nasa) anunciou nesta quarta-feira o
descobrimento de um aglomerado de galáxias apelidado "Fênix", pela
constelação na qual se encontra, e que segundo os pesquisadores é um dos
maiores e mais ativos objetos descobertos até agora no universo.
Michael
McDonald, do Instituto Tecnológico de Massachusetts em Cambridge,
destacou em conferência telefônica que se trata de um objeto único que
contém "a maior taxa de formação de estrelas jamais vista no centro de
um conjunto de galáxias".
O descobrimento foi possível pelas
observações do observatório de raios-X Chandra, da Nasa, o Telescópio da
Fundação Nacional de Ciências do Polo Sul e outros oito observatórios
internacionais.
O aglomerado de galáxias, localizado a 5,7 bilhões
de anos luz da Terra, pode levar os astrônomos a repensar a forma
destas estruturas colossais e das galáxias. McDonald informou que a
superestrutura é também o maior produtor de raios-X de qualquer grupo
conhecido e um dos mais sólidos.
Além disso, segundo os dados
colhidos, a velocidade de esfriamento de gás quente nas regiões centrais
do agrupamento é a maior já observada, o que pode fornecer informação
sobre como se formam as galáxias.
"Apesar da galáxia central da
maioria dos grupos ter estado inativa durante bilhões de anos, a galáxia
central nesse grupo parece ter voltado à vida com uma nova explosão de
formação estelar", explica McDonald, principal autor de um artigo que
será publicado no número desta semana da revista britânica Nature.
Como
outros aglomerados de galáxias, "Fênix" contém uma enorme reserva de
gás quente, que por sua vez tem mais matéria que todas as galáxias do
conjunto combinadas, detectaram com o observatório de raios-X Chandra.
O
gás quente emite grande quantidade de raios-X, esfriando rapidamente o
centro do aglomerado, o que provoca um fluxo de gás para o interior e a
formação de um grande número de estrelas, o que não é muito habitual.
Os
astrônomos acham que o buraco negro supermaciço que costuma ser
encontrado na galáxia central destes conjuntos bombeia energia ao
sistema, o que evita que um esfriamento do gás ocasione uma explosão de
formação de estrelas.
No entanto, no caso de "Fênix", os jatos de
energia desprendidos do buraco negro gigante da galáxia central não são
suficientemente potentes para prevenir o esfriamento, daí o grande nível
de atividade.
Os dados de Chandra e também das observações em
outras longitudes de onda, apontam que o buraco negro supermaciço está
crescendo muito rapidamente, cerca de 60 vezes a massa do Sol a cada
ano.
Uma taxa que os cientistas acham "insustentável", segundo
Bradford Benson da Universidade de Chicago e co-autor do estudo, já que o
buraco negro é muito grande, com uma massa de aproximadamente 20
bilhões de vezes a massa do Sol.
"Esse ritmo de crescimento não
pode durar mais de 100 milhões de anos. Caso contrário, a galáxia e o
buraco negro voltariam muito maiores que seus pares no universo
próximo", aponta Bradford.
Fonte: Diário de Canoas
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