O ex-astronauta norte-americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua, morreu aos 82 anos neste sábado, em Ohio, nos Estados Unidos. Armstrong tinha sido submetido a uma cirurgia no coração no último dia 5 para desobstruir artérias. Segundo a própria família do ex-astronauta, Armstrong morreu após complicações da mesma cirurgia. 
"Estamos de coração partido por compartilhar a notícia de que Neil Armstrong morreu devido a complicações após a cirurgia cardíaca", disse a família de Armstrong em comunicado obtido pela rede de televisão americana CNN.
Como comandante da missão Apollo 11, Armstrong se tornou o primeiro ser humano a pisar na Lua, em 20 de julho de 1969. Foi ele quem proferiu a histórica frase: "Um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade”. 
Ela era o comandante da primeira missão lunar, na Apolo 11, ao lado dos astronautas Buzz Aldrin e Michael Collins. Em 21 de julho de 1969, a cápsula lunar Eagle pousou sobre a superfície lunar e Armstrong - como havia sido planejado - foi o primeiro homem a caminhar sobre a Lua.
TV iG: Assista abaixo a trecho da chegada de Neil Armstrong à Lua:


Piloto da Marinha
O comandante nasceu no dia 5 de agosto de 1930. Ele foi piloto da Marinha dos Estados Unidos entre 1949 e 1952 e lutou na Guerra da Coreia. Formou-se em 1955 em engenharia aeronáutica pela Universidade de Purdue e atuou como piloto civil da agência que deu origem à Nasa, a Naca (Conselho Nacional de Aeronáutica).

Em uma rara entrevista em maio deste ano , Neil Armstrong disse que os astronautas do histórico voo Apolo 11 calculavam em apenas 50% as possibilidades de pousar sobre a superfície do satélite. "Pensava que eram de 90% as possibilidades de retornar sãos e salvos à Terra depois do voo, mas apenas 50% de possibilidades de pousar sobre a Lua nesta primeira tentativa", disse Armstrong na ocasião. 
A entrevista causou extrema surpresa, já que o veterano astronauta praticamente não fez declarações públicas nos últimos anos. Mas ele decidiu romper o silêncio em uma entrevista à  Associação Australiana de Peritos Contábeis Certificados. Segundo o presidente da entidade, o ex-astronauta decidiu oferecer a longa entrevista porque seu pai foi um contador público.
Repercussão
A morte do primeiro homem a pisar na Lua gerou muita repercussão em todo o mundo. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não demorou a lamentar publicamente o falecimento de Armstrong . "Neil foi um dos maiores heróis americanos, não somente de sua época, mas de todos os tempos. Quando ele e seus companheiros de bordo pousaram na Lua com a Apollo 11, em 1969, levaram consigo as aspirações de uma nação inteira", afirmou. 
Edwin "Buzz" Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua e ex-companheiro de Armstrong, também se manifestou após a confirmação da morte. "Estendemos nossas mais profundas condolências à Carol e a toda a família Armstrong pela morte de Neil. Ele fará muita falta", afirmou.  Outro ex-companheiro de Armstrong, Michael Collins também reverenciou o amigo. "Ele foi o melhor, e eu vou sentir muito a sua falta."
No comunicado oficial assinado pela família de Armstrong, seus parentes pedem que a memória do ex-astronauta seja reverenciada por quem o admirava. "Para aqueles que eventualmente perguntarem o que podem fazer pela memória de Neil, temos um pedido simples. Lembrar seu exemplo de serviço, comprometimento e modéstia. E da próxima vez que andarem pela rua em uma noite e olharem a Lua sorrindo para vocês, pensem em Neil e deem uma ‘piscadinha’ a ele", diz o texto. 
Nasa
A Agência Espacial Americana (Nasa) também lamentou a perda de Neil Armstrong, apontado como um "verdadeiro herói americano", além de um pilar da "próxima era da prospecção espacial" em que a agência entra agora. "Enquanto houver livros de história, Neil Armstrong estará neles, lembrado por dar o primeiro pequeno passo da humanidade em um mundo além do nosso", disse o administrador da Nasa, Charles Bolden, em comunicado.
O chefe da agência espacial americana manifestou suas "mais profundas condolências" à família do primeiro homem a pisar na Lua. "À medida que entramos na próxima era de exploração espacial, o fazemos apoiados em Neil Armstrong. Lamentamos a perda de um amigo, um companheiro astronauta e um verdadeiro herói americano", disse Bolden. 
Trajetória
Armstrong teve seu primeiro contato com a Nasa no Centro de Pesquisas Lewis, onde trabalhou como piloto de provas desde 1955 e em 1962 foi admitido como astronauta e sucessivamente ocupou os postos de chefe do Escritório de Operações e Treino de Astronautas, suplente da tripulação do "Gemini 8" e organizador de voos espaciais tripulados, passando depois à equipe de voos de alunissagem.
O astronauta quase morreu em 7 de maio de 1968, durante uma prova em que o módulo lunar se incendiou no deserto do Texas. Depois da conquista da Apollo XI, quando Armstrong e Aldrin permaneceram na superfície lunar durante duas horas e 15 minutos, Armstrong continuou ligado à Nasa, que abandonou em 1971 para retornar a sua terra natal e dar aulas como professor de Engenharia Aerospacial.
Armstrong foi, além disso, presidente do Comitê Presidencial Consultivo para o Corpo de Paz (1971-1973), membro da Comissão Nacional do Espaço (1985-1986) e vice-presidente da Comissão presidencial para a investigação do acidente da nave "Challenger" (1986).
Em companhias privadas, ocupou diversos postos, como os de diretor das empresas Cincinnati Gas and Electric Co., Cincinnati Milacron, Inc., Eaton Corporation, RMI Titanium Company e Thiokol Corporation, entre outros. Foi também presidente da Ail Systems Inc., especializada em computadores para aviação, e em janeiro de 1988 obteve uma nova conquista: deu a volta ao mundo a bordo de um Boing 77 no tempo recorde de 37 horas, com outras 99 pessoas.
Aposentado em sua casa em Lebanon (Ohio), deu algumas conferências sobre voos espaciais, e suas aparições públicas coincidiram com as celebrações dos aniversários da chegada do homem à Lua. Sobre o primeiro homem que pisou na Lua, foi escrito o livro "First man: The life of Neil A. Armstrong" (ainda sem tradução em português), cujos direitos foram comprados para adaptar a obra a um filme.

Fonte: IG