Os Estados Unidos e a Turquia estão considerando estabelecer zonas de
exclusão aérea sobre o território da Síria e outras medidas para ajudar
os grupos rebeldes sírios, num momento em que o conflito no país se
intensifica, disse neste sábado a secretária de Estado dos EUA, Hillary
Clinton.
Depois de se reunir com o ministro turco de Relações Exteriores,
Ahmet Davutoglu, Hillary declarou a repórteres que a Turquia e os EUA
precisavam acertar detalhes do planejamento operacional sobre os meios
de dar assistência aos rebeldes que lutam para depor o presidente sírio,
Bashar al-Assad.
"Nossos serviços de inteligência, nossos militares têm
responsabilidades muito importantes e papéis a desempenhar, por isso nós
vamos criar um grupo de trabalho para fazer exatamente isso", disse
ela.
Indagada sobre se essas conversas incluem opções como a imposição de
uma zona de exclusão aérea sobre o território que os rebeldes alegam
controlar, Hillary indicou que essa é uma opção possível.
"As questões que você levantou em sua pergunta são exatamente as
mesmas sobre as quais eu e o ministro concordamos que requerem uma
análise profunda", respondeu a secretária, embora tenha indicado que
nenhuma decisão será necessariamente imediata.
"Uma coisa é conversar sobre todos os tipos de ações potenciais, mas
não se pode tomar decisões razoáveis sem intensa análise e planejamento
operacional", afirmou.
A imposição de zonas de exclusão aérea por potências estrangeiras foi
crucial para ajudar os grupos rebeldes da Líbia a deporem Muammar
Gaddafi no ano passado. Mas até recentemente os EUA e aliados europeus
manifestavam relutância em assumir um papel militar no conflito sírio,
que já dura 17 meses.
Acredita-se que os rebeldes sírios venham obtendo armas da Arábia
Saudita e do Catar, mas somente assistência não letal dos EUA.
Ao responder à mesma pergunta, Davutoglu, disse que é hora de as
potências tomarem medidas decisivas para resolver a crise humanitária em
cidades como Aleppo, que está diariamente sob bombardeio das forças de
Assad.
Fonte: Estadão
NOTA: Se forem realmente criadas as zonas de exclusão aérea sobre a Síria
aos moldes do que se fez no Iraque, há a possibilidade deste corredor
possibilitar a "passagem" dos caças de Israel rumo ao Irã.
A zona de exclusão no norte do país cobrindo Aleppo é clara rota de ataque de Israel rumo ao Irã (ver mapas). O caminho até encurta.
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