A estrutura da Defesa da Guiana e do Suriname, os dois menores países
da fronteira norte do Brasil, será modernizada com o suporte da
indústria e das organizações militares do País. Na terça-feira (11), o
ministro da Defesa, Celso Amorim, esteve em Georgetown, a capital da
Guiana, com o presidente, Donald Ramotar, e o secretário de Defesa,
Roger Luncheon. Na pauta, a necessidade de aumentar a vigilância da
fronteira. Mais tarde, com a ministra de Relações Exteriores, Carolyn
Rodrigues-Birkett, foi discutida a preocupação de ambos os governos com o
crescente número de garimpeiros clandestinos, "perto de 35 mil na
região", conforme o porta-voz, Edmond Blond.
Há mais do que
isso. As Forças de Defesa da Guiana têm 1.100 militares - 900 homens e
mulheres no Exército, 100 na Aeronáutica e 100 na Marinha; Guarda
Costeira e Patrulha Fluvial, basicamente. A população total é estimada
em 800 mil pessoas.
A tropa já usa equipamento do Brasil. São 6
velhos Cascavel armados com canhão de 90 mm, e 11 blindados Urutu, de
transporte anfíbio. Para melhorar a segurança da divisa com o Brasil,
será necessário criar ao menos um esquadrão aéreo de ataque leve, dotado
dos turboélices Super Tucano, da Embraer.
Além disso, o
intercâmbio de oficiais nos centros militares de formação e
especialização brasileiros está em negociação. A Guiana tem uma certa
preocupação com a Venezuela, que mantém em aberto uma pendência
territorial na tríplice fronteira com o Brasil. A FAB construiu uma
pista a 6,5 quilômetros dos territórios dos dois vizinhos.
Amorim
chega nesta quarta-feira pela manhã a Paramaribo, capital do Suriname.
Há sete meses, o ministro da Defesa surinamês, Lamouré Latour, esteve
com o colega brasileiro na fábrica da Embraer, em São José dos Campos
(SP). Na agenda, a aquisição de dois a quatro Super Tucanos.
navios-patrulha leves, de 500 toneladas, e a revitalização da frota de
blindados fornecidos pelo Brasil em 1983.
"De quebra,
gostaria de ter acesso aos dados captad0s pelo Sistema de Proteção da
Amazônia", disse o presidente Dési Bouterse. Aí, acreditam
especialistas, há um problema. O DEA, principal agência americana de
repressão ao narcotráfico, qualifica o país de 487 mil habitantes e
1.840 soldados como importante conexão das rotas internacionais de
circulação de cocaína.
Fonte: O Estado de S.Paulo/A TARDE.
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