James Hogan, presidente e CEO da Etihad, companhia aérea
dos Emirados Árabes Unidos, e maior concorrente da Emirates, de Dubai,
está no Brasil para fazer o pré-lançamento da companhia aérea, que
começa a voar ao país em junho de 2013, com uma rota diária Abu
Dhabi-São Paulo. O evento, que acontece hoje em São Paulo, é exclusivo
para parceiros e futuros fornecedores da empresa, que vão conhecer os
detalhes do negócio por aqui, revelou ao BRASIL ECONÔMICO
Carlos Paiva, responsável pela implementação da empresa no país.
A Etihad é uma empresa jovem, foi criada em 2003 como
braço de negócios aéreos da Mubadala, fundo de investimento de
Abu-Dhabi, que adquiriu 5,6% do Grupo EBX, do empresário Eike Batista,
por US$ 2 bilhões.
Paiva também atuou como representante das empresas
Emirates e Qatar Airways, quando as empresas conseguiram autorização
para voar ao Brasil, em 2005 e 2006, respectivamente. E segundo ele, as
aéreas do Oriente Médio estão apenas começando a explorar o potencial de
negócios do Brasil. “Na aviação há apenas dois mercados hoje que
apresentam crescimento,China e América Latina, e o Brasil é mais da
metade do potencial de negócios latinos-americanos”, explica Paiva.
Ele admite que há dez anos, o país era apenas usado como
conexão para chegar ao mercado Argentino. Hoje, porém, em potencial de
negócios o país é mais importante que o México para as aéreas. O plano
da Etihad é utilizar o país também como hub para outros mercados no cone
sul, assim como já faz sua concorrente Emirates, que lançou
recentemente um voo diário Dubai-Rio de Janeiro, com extensão a Buenos
Aires.
A redução de burocracia para entrada de novas empresas no
país está ajudando. Paiva conta que a aprovação da Etihad no país foi
um dos processos mais rápidos dos quais ele já participou. “A Etihad
apresentou sua solicitação à Anac no dia 31 de maio e no dia 10 de julho
já estava aprovado”.
Segundo ele, no momento difícil em que vive a aviação
internacional, especialmente a americana e a europeia, sempre há quem
pergunte se existe espaço para uma terceira empresa do Oriente Médio no
Brasil. Pois ele é categórico. “As possibilidades de rotas são muito
grandes. A próxima bola da vez será unir o país à Índia, que é um grande
parceiro comercial do Brasil, assim como a vizinha China”, diz.
Concorrência
A demanda por passagens para o Oriente Médio levou a
Emirates a registrar o maior crescimento entre as companhias aéreas
internacionais no primeiro semestre deste ano. Segundo dados da
Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), a
aérea teve vendas de R$ 25,7 milhões no primeiro semestre, alta de 122%
sobre o ano anterior. A companhia detém 3,6% de participação entre as
vendas das agências associadas. A Qatar, por sua vez, registrou vendas
de R$ 19,9 milhões no período, ficando com 1,27%. Outra empresa da Ásia
menor, a Turkish Airlines, desde 2009 no país, vendeu R$ 12,2 milhões
(0,78%).
As viagens aéreas internacionais no país ainda são
dominadas por empresas americanas e europeias. A diferença, afirma
Paiva, é que as companhias do Oriente Médio têm o país como destino para
a diversificação de negócios.
No Brasil, a Etihad vai usar a aeronave A340-600, que
conta com três classes de serviço, sendo 12 assentos na primeira classe,
32 na executiva e 248 na econômica. E seu foco é disputar o mercado
premium de aviação.
Fonte: IG
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