Nos últimos 14 meses, a
Embraer deu um grande salto em sua estratégia de se tornar uma empresa
brasileira global. No período, a companhia inaugurou novas unidades de
produção em Melbourne, nos Estados Unidos, e em Évora, Portugal, onde
também aumentou a sua presença, com a compra da participação do grupo
europeu EADS na Ogma, empresa de manutenção e reparo de aeronaves.
A internacionalização da fabricante brasileira
de aviões também evoluiu com a retomada da produção da fábrica da
Embraer em Harbin, a partir do acordo feito com a Avic (Aviation
Industry Corporation of China), para implementar uma linha de produção
dos jatos executivos Legacy 600/650. Antes do acordo, a Embraer não
sabia se a unidade da China, inaugurada em 2003, seria fechada, pois a
produção do ERJ-145 foi encerrada no primeiro semestre do ano.
O primeiro grande contrato para a retomada da
produção da unidade aconteceu em junho, com a venda de 20 Legacy 650
para a ICBC Financial Leasing, maior instituição de leasing da China e a
cliente lançadora do jato da Embraer no país. A ICBC, com capital
registrado de US$ 1,27 bilhão, é a primeira a fazer leasing estruturado
de aeronaves em zona franca na China.
As aeronaves serão produzidas na Harbin Embraer
Aircraft Industry Co., Ltd (Heai), joint venture entre a Embraer e a
Avic. As primeiras unidades, segundo a Embraer, começam a ser entregues
no final de 2013. A fábrica da China terá uma capacidade inicial de seis
aviões por ano, podendo chegar a 24 aeronaves.
O pedido eleva a carteira de jatos executivos da
ICBC para 70 aeronaves. As encomendas da Embraer na China totalizam 159
jatos executivos e comerciais.
"Estamos em processo de construção da nova linha
em Harbin, o que inclui novo layout, treinamento de funcionários e
questões administrativas", diz o vice-presidente de Relações
Institucionais da Embraer, Jackson Schneider. Segundo dados da Embraer, a
China precisará nos próximos 20 anos de 1005 jatos na categoria de 30 a
120 assentos (15% da demanda mundial) e, em dez anos, de 635 jatos
executivos - 33% do porte do Legacy 600/650.
Em Portugal, a Embraer investiu 177 milhões de
euros na construção de duas unidades destinadas à fabricação de
estruturas de fuselagem e componentes. A fábrica da Ogma em Alverca atua
em manutenção de aeronaves civis e militares e na fabricação de partes e
peças aeronáuticas. "Além de estratégica para a internacionalização,
com capacidade para apoiar clientes em diversas regiões, a Ogma permite
que a Embraer explore mais oportunidades no mercado de serviços
pós-venda", diz Schneider.
Fonte: Valor - Via Porto Gente
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