O ex-ministro
da Defesa Nelson Jobim negou ontem, em entrevista ao jornal italiano "La
Stampa", a acusação de que teria negociado o recebimento de uma
comissão para que o Brasil comprasse navios de fabricação italiana.
A acusação
foi feita por Lorenzo Borgoni, ex-funcionário da Finmeccanica (que
fabricaria os navios). Segundo ele, a negociação ocorreu entre Claudio
Scajola, então ministro de Silvio Berlusconi, e Jobim: "Se fechasse essa
venda de 11 embarcações por um total de uns 5 bilhões euros,
aproximadamente 11% deste valor seria destinado a Scajola, Massimo
Nicolucci e inclusive a Jobim".
Jobim
contestou a acusação: "Nunca chegamos a falar de um tema como esse".
Segundo ele, o projeto ProSuper, que previa a aquisição de navios com
transferência de tecnologia foi cancelado porque não havia recursos no
Orçamento.
"Você acha
que se eu tivesse recebido algo como 225 milhões de euros eu passaria
meus dias entre papeladas e tribunais?", questionou Jobim, que voltou a
trabalhar como advogado. Ele disse que não foi assinado "nenhum acordo
com a Itália sobre fragatas e que, sobre a comissão nunca se falou nada
da nossa parte".
Scajola e
Jobim admitiram ter se reunido para discutir a compra, mas negam ter
falado sobre propinas: "Na Itália havia crise e tentei vender as
embarcações. Era meu dever ajudar o Fincantieri [estaleiros da
Finmeccania]", disse Scajola.
Fonte: JL/Folha
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