A Otan nomeou nesta quarta-feira o general americano Joseph
Dunford à frente da coalizão no Afeganistão e definiu as linhas de sua
futura missão de apoio, que será lançada após a retirada das tropas no
final de 2014.
Esta mudança de comando ocorre 11 anos após o início da guerra, em 7 de
outubro de 2001, e dois anos antes do fim da missão da Isaf, que ainda
envolve mais de 100 mil soldados de 50 países.
Aos 57 anos, o general Dunford, substituirá o general John Allen.
No entanto, Jonh Allen continuará a supervisionar a missão, já que foi
promovido ao cargo de comandante supremo das Forças Armadas da Otan,
substituindo o almirante James Stavridis.
Esta dupla nomeação confirma o domínio dos Estados Unidos na gestão do
conflito afegão, que já custou a vida de mais de 2.000 soldados
americanos em uma década.
A operação da Isaf chegou a um "ponto crítico", considerou o secretário
americano de Defesa, Leon Panetta, ao apresentar os dois generais
durante uma reunião dos ministros da Defesa na sede da Otan, em
Bruxelas.
O general Dunford será responsável pela retirada gradual das tropas
internacionais à medida que as forças afegãs assumem a responsabilidade
pela segurança em todo o país. De mais de 140 mil há um ano, o número de
soldados foi reduzido para cerca de 100 mil hoje, entre eles 68 mil
americanos.
Apesar da crescente impopularidade do conflito nos países ocidentais, "a
nossa estratégia funciona e nossa programação permanece inalterada",
garantiu Anders Fogh Rasmussen, secretário-geral da Otan.
A Otan, inclusive, já prepara a sua futura missão, cujo objetivo será
"treinar, aconselhar e ajudar" o exército e a polícia afegã a partir de
2015.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, e o novo comandante no Afeganistão, Joseph Dunford, em Bruxelas
Os ministros reunidos em Bruxelas aprovaram as diretrizes políticas e
instruíram oficiais militares a estabelecer um planejamento operacional
nos próximos meses, que será debatido com as autoridades afegãs.
"Esta missão não será uma missão de combate", disse Rasmussen. "Seu
objetivo é garantir que o Afeganistão não volte a ser um paraíso para
terroristas", acrescentou.
De acordo com estimativas preliminares, de 10.000 a 20.000 pessoas serão
destacadas pelos 28 países da Otan e por seis outros voluntários, como a
Austrália, Ucrânia e Suécia.
Enquanto isso, a Otan busca soluções para o problema crescente de
"ataques internos", os assassinatos de militares por soldados ou
policiais afegãos. Desde o início do ano, 53 pessoas foram vítimas de
tais ataques.
"Este é um problema real. Os inimigos tentam minar a confiança. Isso não
vai acontecer. Nós não vamos permitir que eles nos desviem de nossa
estratégia", assegurou Rasmussen.
A Otan suspendeu temporariamente em setembro algumas missões conjuntas
realizadas com afegãos e tomou uma série de medidas para controlar
melhor o recrutamento de soldados locais.
Leon Panetta também pediu aos países aliados para preencher a lacuna de
formadores das forças afegãs, dizendo que a contribuição dos Estados
Unidos é "desproporcional". As necessidades estão sendo coberta por
cerca de 90%, de acordo com uma fonte próxima à Otan.
Fonte: Terra
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