Como o Trek Brrasilis já havia noticiado anteriormente, em 2011, a NASA mostrou-se interessada no projeto de construção de uma espécie de raio trator. Na ficção de Jornada, os raios tratores são capazes de desviar um asteroide em rota de colisão ou capturar naves espaciais, com uma espécie de força repulsiva ou atrativa. Agora, pesquisadores da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, dizem que conseguiram pela primeira vez construir um dispositivo que puxa partículas não importando sua composição.
Presente há anos na ficção científica, aos poucos o conceito de um raio capaz de puxar materiais sem contato começou a ser testado nos laboratórios de nanotecnologia, já sendo uma realidade para as nanopartículas.
O avanço nesta tecnologia foi significativamente suficiente para chamar a atenção da NASA, que formou uma equipe no Goddard Space Flight, com financiamento da agência, para estudar o conceito de captura de partículas no espaço (através de asteróides e cometas) ou da atmosfera e entregá-las a um veículo robótico ou em uma sonda para análise, evitando as complicadas manobras de pousar nesses corpos celestes para coletar amostras.
“Apesar de ser um esteio na ficção científica, e de Jornada nas Estrelas, em particular, a interceptação baseada em laser não é fantasiosa ou além do nosso atual know-how tecnológico”, disse Paul Stysley, um dos pesquisadores da NASA. A equipe identificou três abordagens diferentes para as partículas serem transportadas, bem como moléculas simples, vírus, ácido ribonucleico, e células em pleno funcionamento, utilizando a energia da luz.

“O pensamento original era de que poderíamos usar raios tratores para limpar detritos orbitais”, disse Stysley. “Mas puxar algo grande seria quase impossível – pelo menos no momento”, alertou o pesquisador,já que muito mais energia seria necessária para isso e que muita energia aplicada poderia destruir o objeto.
Mas o interessante desse estudo é que a NASA não está só nessa busca pelo “raio trator”.  Em 2010, uma equipe australiana demonstrou pela primeira vez a possibilidade de capturar e mover partículas por longas distâncias usando um raio trator óptico.
Agora, David Ruffner e David Grier, da Universidade de Nova Iorque (e que não são fãs de Jornada) usaram um laser especial, que produz um tipo de luz chamada feixe de Bessel, no qual os fótons são disparados em anéis concêntricos. O feixe de luz funciona como uma correia transportadora, levando continuamente a partícula em direção à fonte.
Tudo ainda funciona no reino da nanotecnologia – o raio trator é capaz de puxar microesferas de sílica.
Mas há dois avanços essenciais.

O primeiro é que o raio trator a laser não depende de uma segunda fonte de luz do “outro lado”, podendo ser emitido de uma fonte única, a partir de um único ponto.
O segundo é que, ao contrário do primeiro nano-raio trator verdadeiro, criado há menos um ano, o sistema independe das propriedades físicas da partícula a ser transportada.
Ao contrário do que pensa a NASA, os pesquisadores disseram que apesar de conseguir puxar apenas micropartículas na Terra, no espaço a força do raio trator pode ser suficiente para deslocar objetos de maior massa.
É esperar para ver.