O submarino nuclear britânico HMS Conqueror, o qual ficou mundialmente conhecido após afundar o cruzador argentino ARA General Belgrano durante a Guerra das Malvinas, realizou um agosto do mesmo ano (1982) uma incursão secreta em águas soviéticas para roubar um sonar rebocado. Na ocasião, o sonar era o mais avançado que a URSS tinha para a detecção submarina, escreveu no última dia 12 de outubro o jornal britânico The Telegraph.

Essa operação, agora conhecida como Operação Barmaind ficou até hoje desconhecida do público e agora foi desclassificada graças ao livro “Segredos do Conqueor: A história inédita do mais famoso submarino britânico / Secrets of the Conqueror: The Untold Story of Britain’s Most Famous Submarine, do escritor britânico Stuart Prebble.

“Quando pensamos em Guerra Fria, pensamos em Cuba, Berlim, mísseis e tanques de combate, mas era no mar e debaixo da superfície onde a confrontação entre o Ocidente e Leste resultava principalmente perigosa”, afirmou o autor do livro.

A operação aconteceu no Mar do Barents, no norte da Rússia e os britânicos instalada na proa do HMS Conqueror umas pinças de controle eletrônico fornecidas pelos americanos. Como resultado, foi possível inadvertidamente cortar cabos de aço de quase oito centímetros de espessura que ligavam o sonar ao navio espião, camuflado com uma bandeira polonesa.

“Foi um exercício brilhante”, disse Prebble. “Há um método para abordar o ponto cego, consiste em submergir a grande profundidade e logo subir ao ângulo, literalmente debaixo do navio. Um pequeno erro de calculo seria suficiente para um confronto inevitável, mas a tripulação do Conqueror tinha nervos de aço”.

Se os militares soviéticos tivesse logrado detectar o HMS Conqueror em suas águas territoriais, eles teriam atacado o submarino provavelmente com Forças Navais e com sua Força Aérea, opina o escritor. Mas a operação passou despercebia. No entanto, talvez será somente agora que Moscou conheça a verdade de como perdeu o seu moderno sonar há 30 anos.

Quando o HMS Conqueror retornou a base naval de  Clyde, na Escócia, o sonar foi transferido para bordo de um avião e enviado para analise nos EUA.
 

“Me inteirei da Barmaid  quase três décadas atrás. Faz dois anos que perguntei a Defesa se podia revelar os detalhes. Eles pensaram durante oito meses e, de fato, a resposta foi um não. Finalmente disseram que  não poderia me ajudar, mas tampouco poderia me impedir de escrever sobre isso”, conta o autor.

Alguns meses antes da Operação Barmaid , em 2 de maio de 1982, o submarino HMS Conqueror lançou dois torpedos que afundaram o cruzador argentino ARA General Belgrano causando a morte de 323 pessoas, muitos deles jovens recrutas. O afundamento, o único a data realizado por um submarino nuclear durante uma guerra, proporcionou a Armada Britânica superioridade naval no conflito das Malvinas (de abril a junho de 1982).


O submarino nuclear de ataque HMS Conqueror pertencia a classe Charchill e foi lançado em 1967 e comissionado em 1971. Ele media 86 metros de comprimento e tinha 10 metros largura. Seu armamento era constituído de seis tubos lança-torpedos, geralmente era armado com torpedos do tipo Mark 8 e Tigerfish, bem como misseis antinavio Harpoon. Ele desenvolvia uma velocidade de até 28 anos e sua tripulação era constituída de 103 pessoas.


HMS Conqueror foi descomissionado em 2 de agosto de 1990.


Fonte: O Informante