A Avibras Aeroespacial fechou contrato de US$ 350 milhões para
vender 36 plataformas de lançamentos múltiplos de mísseis Astros 2 para a
Indonésia, conforme informou ontem a publicação especializada ‘Janes
Defence Weekly’.
Segundo a publicação, a
operação comercial entre o Ministério da Defesa da Indonésia e a Avibras
foi fechada durante a feira internacional de materiais militares Indo
Defence, realizada nesta semana em Jacarta.
O
acordo contempla ainda 36 veículos para o transporte das plataformas de
lançamento, controle de disparo, manutenção e treinamento para a
utilização das armas.
Trata-se do segundo
grande contrato que a Avibras fecha com compradores no exterior desde
2008, quando firmou uma venda de 18 sistemas Astros para a Malásia, por
R$ 500 milhões. A encomenda foi entregue até o começo de 2010.
Além
do contrato de venda para a Indonésia, a Avibras assinou com o país um
memorando de entendimento para a troca de tecnologia e de fortalecimento
da cooperação na área de defesa.
Empregos/
Na avaliação do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a
Avibras terá que contratar funcionários para dar conta deste novo
contrato.
Em recuperação pela crise que quase
provocou a sua falência e tendo passado por um processo de recuperação
judicial entre 2008 e 2011, a Avibras perdeu mais de 1.000 trabalhadores
desde os anos 1980, quando viveu a sua primeira crise.
Reduziu
o número de operários a 900, em dezembro de 2011, mas começou a
recuperar postos neste ano, após a liberação de contratos do governo
federal. Hoje, são 1.400 trabalhadores.
Recursos/
A presidente Dilma Rousseff (PT) autorizou o pagamento de recursos na
ordem de R$ 209 milhões para a Avibras desde agosto do ano passado --R$
45 milhões naquele mês e mais R$ 164 milhões em outubro.
O
dinheiro faz parte do pacote de socorro à fabricante de materiais
bélicos por meio do programa Astros 2020, orçado em R$ 1,2 bilhão e tido
como a ‘salvação’ da Avibras. O programa irá equipar o Exército
Brasileiro.
O equipamento é uma evolução do conjunto lançador de foguetes livres Astros 2, o maior sucesso de vendas da empresa.
Outro lado/
Procurado ontem pelo O VALE, o presidente da Avibras, Sami Hassuani,
não foi localizado para comentar o contrato com a Indonésia.
SAIBA MAIS
Crise
Com
a venda de produtos em baixa e em crise institucional, a Avibras
Aeroespacial requereu, em julho de 2008, o regime de recuperação
judicial
Programa
A Avibras
aposta no desenvolvimento do programa Astros 2020, que equipará o
Exército Brasileiro, como a ‘salvação’ completa da empresa. O orçamento é
de R$ 1,2 bilhão
Contratos
Após iniciar o processo de recuperação judicial, a empresa fechou dois grandes contratos internacionais
Malásia
Com
o governo da Malásia, em 2008, a Avibras fechou a venda de 18 sistemas
Astros por R$ 500 milhões. Os equipamentos foram entregues até 2010
Indonésia
A
empresa fechou nesta semana um contrato de US$ 350 milhões com o
governo da Indonésia para desenvolver 36 plataformas de lançamentos
múltiplos de mísseis Astros 2, além de troca de tecnologia e cooperação
na área da defesa
Empregos
O
Sindicato dos Metalúrgicos aposta nos contratos com o exterior para
retomar a contratação de funcionários. Na avaliação da entidade, a
empresa terá que passar dos atuais 1.400 trabalhadores para algo em
torno de 2.000 empregados para dar conta dos programas
CONTRATAÇÕES
Sindicato vai pedir mais vagas na produção
Mais
trabalhadores e salários em dia. Essas são as duas reivindicações do
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para a Avibras
Aeroespacial.
Segundo o diretor José Donizetti
de Almeida, embora a companhia tenha recebido dinheiro do governo
federal e assinado contratos no exterior, ainda tem atrasado salários e
não contratou de volta todos os 170 funcionários demitidos em janeiro de
2011.
“Sabemos da burocracia que é para a
empresa efetivar os contratos e começar a receber o dinheiro, mas
esperamos que ela respeite o direito dos trabalhadores e pague em dia.”
Salários
em atraso provocaram uma paralisação relâmpago de um dia no começo de
outubro deste ano. Desde então, segundo Almeida, a situação não teve a
melhora esperada pelos funcionários.
“Não
concordamos com esses atrasos e acreditamos que o período de transição
da crise para a recuperação está demorando demais na empresa”, afirmou o
sindicalista.
Segundo ele, outros contratos devem ser fechados em 2013, o que deve melhorar as condições na empresa.
Fonte: Diário de SP
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