Com custo de desenvolvimento de 10 bilhões de euros, A350 tem seu
primeiro voo de teste marcado para meados deste ano. Resta saber se o
modelo europeu conseguirá superar seu concorrente direto, o Dreamliner
da Boeing.
O ano de 2006 marcou o começo da construção do avião para voos de longa
distância A350, novo projeto da Airbus, subsidiária da EADS. O A350 é o
resultado do trabalho de uma equipe internacional. Cerca de dois mil
designers europeus têm trabalhado no desenvolvimento da econômica, leve e
moderna aeronave, que terá três versões, capazes de acomodar de 250 a
400 passageiros.
O A350 deve entrar em operação em 2014. Quase 600 aviões já foram
encomendados, entre suas três versões, por mais de 30 companhias aéreas e
empresas de leasing de todo o mundo.
Pelo cronograma, a Qatar Airways será a primeira companhia a receber, em
meados de 2014, na sede da Airbus em Toulouse, o primeiro dos 80 aviões
encomendados pela companhia aérea. Já foram investidos cerca de 10
bilhões de euros no complexo projeto da aeronave, destinada para o
crescente mercado de voos de longa distância.
Pesquisas de mercado apontaram que, para os próximos 20 anos, a demanda é
de mais de 6.000 máquinas. A Airbus espera uma fatia de mercado bem
superior a 50% e, assim, deixar para trás a eterna concorrente de
Seattle. As novas maravilhas voadoras de alta tecnologia custam entre
250 milhões e 330 milhões de euros e consomem 6% menos combustível que
seu concorrente, o Dreamliner, da americana Boeing.
A construção de um avião pela Airbus envolve uma complicada logística,
reunindo componentes vindos da Alemanha, França, Reino Unido e Espanha.
De Gatafe, na Espanha, vêm os estabilizadores horizontais. As asas são
feitas na Inglaterra. Em Hamburgo e Stade são fabricadas as fuselagens
dianteira e traseira, sendo transportadas até a fábrica em Toulouse,
onde ocorre a montagem final da aeronave. De lá, deverão deixar os
hangares de produção, a partir de 2014, até dez aviões por mês, caso
tudo ocorra como planejado.
Protótipo digital
A Airbus tem evitado o uso da palavra "revolucionário", mas o A350 foi
projetado para ser a mais avançada aeronave de longa distância do mundo,
constituída em 50% de materiais compósitos. Além desses leves e
modernos materiais, novos motores, uma melhor aerodinâmica e uma cabine
confortável garantem a vantagem competitiva do avião.
Antes do voo inaugural do A350, previsto para o meio deste ano em
Toulouse, ainda há muito a se fazer. Mais de mil funcionários, em 90
companhias ao redor do mundo, trabalham simultaneamente no novo avião,
dos quais há cinco aeronaves de teste sendo construídas.
Com a ajuda de um protótipo digital, que documenta e mostra todos os
últimos detalhes da fase de construção e teste do avião, todos os
funcionários e fornecedores envolvidos no projeto podem saber
detalhadamente e online onde ainda há trabalho a ser feito: qual cabo
ainda está faltando, se as baterias não vão superaquecer ou como
funciona o ajuste das peças.
Isso pode ajudar a evitar complicações graves, como as que aconteceram
com o Dreamliner, que teve problemas em suas baterias. Em resposta ao
ocorrido com o modelo da Boeing, o Airbus A350 vai abrir mão da
instalação das polêmicas baterias de íons de lítio e começará a operar
com baterias normais.
Nas novas unidades de produção em Toulouse e Hamburgo, mais de 3.000
funcionários trabalharão na produção do A350. A montagem seguirá um
plano de produção em módulos que se encaixam milimetricamente, visando
redução de tempo e custos de construção. A área de montagem da nova
fábrica, em Hamburgo, vai ter uma gestão de abordagem sistemática, que
busca a excelência operacional. Nenhum componente estará exposto sem ser
utilizado. Toda a área será completamente limpa e funcionará como um
circuito integrado.
O novo modelo de produção promete ser até 30% mais rápido, já que
distribui a estrutura e a construção interior em módulos individuais,
que depois são inseridos e conectados às fuselagens pré-fabricadas. Até o
visual da nova fábrica tem que combinar com a alta tecnologia. Os
uniformes de trabalho serão brancos, substituindo os tradicionais, de
cor azul.
Econômico e conveniente
Em relação ao conforto dos passageiros, as diferenças entre o Dreamliner
e o A350 são mínimas. Um ar interno mais agradável, assentos mais
amplos, um design de iluminação compatível com as fases do dia ou da
noite, assim como janelas maiores são características comuns a ambos os
modelos.
Quando o primeiro voo comercial do A350 ocorrer, provavelmente no final
de 2014, mais de cem aviões Dreamliner já estarão em funcionamento.
Então, começarão a ser reveladas as diferenças entre os dois modernos
jatos de longa distância, na competição para ver quem oferece mais
segurança, economia e conforto.
Autor: Sven Ahnert (mas)
Revisão: Marcio Damasceno
Revisão: Marcio Damasceno
Fonte: DWE
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