A Coreia do Norte confirmou nesta quarta-feira (13) que cancelou o
armistício de 60 anos que colocou fim à Guerra da Coreia, e alertou que
seu próximo passo será um ato de retaliação militar "impiedoso" contra
seus inimigos.
Uma longa declaração feita pelo ministério das Forças Armadas do Norte
se somou à onda de terríveis ameaças lançadas por Pyongyang nos últimos
dias, que elevaram as tensões militares sobre a península coreana ao seu
nível mais alto em anos.
O comunicado divulgado pela agência de notícias oficial do país afirmou
que o real "belicista" era proveniente dos Estados Unidos e de suas
marionetes em Seul.
"Seria bom eles manterem em mente que o acordo de armistício não é mais
válido e que a (Coreia do Norte) não está bloqueada pela declaração
Norte-Sul de não-agressão", disse um porta-voz do ministério.
"O que ainda resta fazer é uma ação de justiça e uma retaliação
impiedosa do exército e do povo da Coreia do Norte", disse o porta-voz.
O Norte anunciou na semana passada que iria anular o armistício de 1953
e os pactos de paz assinados com Seul em protesto pelas manobras
militares conjuntas entre Coreia do Sul e Estados Unidos que começaram na segunda-feira.
Devido ao fato de a Guerra da Coreia ter sido concluída com um
armistício, em vez de um acordo de paz, as duas Coreias sempre
permaneceram tecnicamente em guerra.
A anulação do cessar-fogo teoricamente abre caminho para uma retomada
das hostilidades, embora os observadores notem que esta é uma situação
muito diferente de quando a Coreia do Norte anunciou pela primeira vez o fim do armistício.
This is a new tank that North Korea has made by improving the former Soviet Union-made T-62 tank. The North's Korean Central Broadcasting Stati (all photos : Yonhap)
O armistício foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU, e tanto os Estados Unidos quanto a Coreia do Sul repudiaram a saída unilateral do Norte.
"Os termos do acordo de armistício não permitem que qualquer um dos
lados, de forma unilateral, se desvincule dele", disse o porta-voz da
ONU, Martin Nesirky.
O Norte também ameaçou lançar ataques nucleares contra os Estados
Unidos e a Coreia do Sul em resposta às novas sanções adotada pela ONU,
depois que Pyongyang realizou seu terceiro teste nuclear no mês passado.
Embora as ameaças tenham sido encaradas em grande parte como bravatas,
há fortes preocupações de que o Norte irá realizar alguma forma de
provocação militar nas próximas semanas.
A agência de notícias Yonhap, da Coreia do Sul, citou nesta
quarta-feira uma fonte militar dizendo que as saídas de aviões de
combate norte-coreanos nos últimos dias atingiram níveis 'sem
precedentes', com cerca de 700 contabilizadas apenas na segunda-feira.
Além da anulação dos acordos de cessar-fogo, o Norte cortou uma linha
direta da Cruz Vermelha com o Sul, um dos poucos meios de comunicação
entre Pyongyang e Seul, que não têm relações diplomáticas.
No entanto, um porta-voz da Casa Azul, a presidência em Seul, disse que
o telefone vermelho militar ainda estava em funcionamento.
"A comunicação militar está funcionando normalmente e vamos buscar
transmitir qualquer mensagem ao Norte através do canal quando for
necessário", disse.
Fonte: G1
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