O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na quarta-feira
que a Síria será responsabilizada por eventuais usos de armas químicas
na sua guerra civil, e garantiu a proteção norte-americana a Israel
contra o Irã.
Em sua primeira visita como presidente a Israel, Obama disse que
solicitou uma investigação sobre as suspeitas de uso de armas químicas
na Síria.
Ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com
quem tem relações conturbadas, Obama manifestou ceticismo de que
rebeldes sírios tenham usado armas químicas, e disse que haverá
retaliações ao presidente Bashar al Assad caso o uso tenha partido das
suas forças.
"Temos sido claros de que o uso de armas químicas contra o povo
sírio seria um erro sério e trágico", disse Obama em entrevista coletiva
em Jerusalém. "O regime de Assad deve entender que será
responsabilizado pelo uso de armas químicas ou sua transferência a
terroristas."
Obama também manifestou o desejo de que seja retomado o processo
de paz entre palestinos e israelenses, mas não apresentou nenhuma nova
proposta para isso, nem fez menção à ampliação dos assentamentos
israelenses na Cisjordânia, principal fator para a interrupção das
negociações em 2010.
O presidente norte-americano disse que pretende escutar cada lado
antes de determinar como avançar. Na quinta-feira, ele será recebido na
Cisjordânia pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Obama passará três dias em Israel, e seu principal objetivo é
relançar as relações com um precioso aliado, que se ofendeu durante o
primeiro mandato de Obama por causa da sua pressão sobre Netanyahu para
que abandonasse as obras em assentamentos, e pelo fato de não ter feito
uma visita a Israel.
Mostrando-se notavelmente mais caloroso com Obama, Netanyahu
disse estar "absolutamente convencido de que o presidente está
determinado a evitar que o Irã obtenha armas nucleares".
No entanto, o líder direitista disse ter certeza de que Obama
entende que Israel "não pode nunca ceder o direito de nos defendermos a
terceiros, mesmo para o maior dos nossos amigos" - um sinal de que
Israel não descarta uma ação militar unilateral contra o programa
nuclear iraniano.
"Hoje, temos ambos o direito e a capacidade de nos defendermos", disse Netanyahu.
Obama - cujo governo no passado tentou discretamente dissuadir
Israel de agir unilateralmente - disse que Netanyahu está "absolutamente
certo" ao citar o direito à autodefesa. Afirmou ainda que os dois
países têm avaliações semelhantes sobre o desenvolvimento nuclear do
Irã, mas observou que "há tempo para resolver isso diplomaticamente".
"A questão é se a liderança iraniana irá aproveitar essa oportunidade", acrescentou.
Fonte: Reuters
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