O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou neste sábado que nos
próximos dias seu país apresentará na Corte de Haia um processo contra o
Chile para buscar uma restituição da saída soberana ao mar perdida em
uma guerra há 134 anos.
"Decidi que nos próximos dias uma comissão viajará a Haia para
apresentar um processo para retornar ao mar com soberania", disse
Morales em seu discurso para lembrar a invasão do território litorâneo
boliviano em 1879 e comemorar o Dia do Mar.
"Com a força da razão e com o calor da união do povo boliviano
faremos valer perante o mundo nosso direito a ter um acesso soberano ao
mar", acrescentou.
O presidente explicou que a Bolívia, após fazer uma consideração
"vigorosa e prudente da situação", decidiu iniciar as ações legais no
tribunal internacional para resolver a controvérsia com o Chile por meio
de mecanismos jurídicos para a solução pacífica.
Segundo Morales, a Assembleia Legislativa boliviana aprovará nesta
semana uma lei para ratificar a integridade do Pacto de Bogotá de 1948,
que reconhece a jurisdição da Corte de Haia, para definir o processo que
será apresentado.
O presidente criticou, ainda, que o Chile tenha ignorado durante 134
anos a reivindicação do povo boliviano de uma reintegração de sua saída
para o Pacífico, perdida na guerra de 1879.
"Ao ignorar a reivindicação do povo boliviano, o Chile lhe nega a
paz, a solidariedade e a irmandade e nega a integração latino-americana e
destrói o sonho dos povos de viver em paz e harmonia, compartilhando
benefícios mútuos", disse Morales.
A Bolívia, aliada ao Peru, entrou em guerra contra o Chile no final
do século XIX, depois que tropas chilenas ocuparam o território
litorâneo boliviano em seu departamento Litoral.
A guerra do Pacífico custou à Bolívia 400 quilômetros de costa e 120 mil quilômetros quadrados de superfície.
Fonte: Terra
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