Apesar dos protestos da Beechcraft, a Força Aérea decidiu nesta
sexta-feira (15) autorizar a retomada dos trabalhos da Embraer e de sua
parceira Sierra Nevada para a produção de aviões Super Tucano para a
Força Aérea dos Estados Unidos, segundo publicou a imprensa
norte-americana.
Na semana passada, a concorrente Beechcraft havia contestado o
resultado da licitação junto ao Escritório de Prestação de Contas do
Governo dos EUA (GAO), o que levou o Pentágono a suspender
temporariamente o contrato.
Nesta sexta-feira, entretanto, o Departamento de Defesa dos EUA decidiu
manter o contrato para o fornecimento de 20 aviões A-29 Super Tucano
por um valor total de US$ 427 milhões.
Segundo a Bloomberg, em carta encaminhada ao GAO, o major-general Wendy
Masiello citou a necessidade de avançar com o projeto, depois de muitos
adiamentos, de forma a conseguir fornecer capacidade de apoio aéreo
para a Força Aérea no Afeganistão.
Na carta, o major afirma, segundo a Bloomberg, que "circunstâncias
incomuns" e que afetam significativamente os interesses de segurança
nacional dos Estados Unidos e seus parceiros de coligação "não permitem
esperar por uma decisão do GAO".
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a Beechcraft considerou a decisão do Departamento de Defesa "equivocada".
"Quando se trata de produzir aeronaves que vão ajudar os americanos a
voltar do Afeganistão para casa, a Força Aérea dos EUA concluiu hoje que
o 'melhor interesse' agora recai sobre os ombros do Brasil", afirmou a
empresa, acrescentando, porém, que a decisão vai "levar à perda de
empregos americanos e custos substancialmente mais elevados para os
contribuintes americanos".
Procurada pelo G1, a Embraer informou que a sua parceria Sierra Nevada é quem deve ser informada oficialmente da decisão da Força Aérea dos EUA.
A fabricante brasileira informou na quinta-feira (14) que prevê começar a montagem dos 20 aviões nos EUA no início de 2014, na unidade industrial de Jacksonville. A Embraer considerava a suspensão um procedimento padrão e contava com a manutenção do contrato.
“Participamos de uma seleção que foi com lisura, inclusive um general
três estrelas participou da escolha, o que representa a importância da
decisão para os EUA. A Embraer tem gerado muitos empregos nos Estados
Unidos, já contratamos 1.200 pessoas lá, temos três centros de serviço,
enquanto que nossa concorrente, na contramão disso, demitiu, nos últimos
anos, mais de 5 mil pessoas, parou de produzir cinco modelos de
aeronaves e transferiu parte de sua planta para o México. Não resta
dúvida de quem é o melhor para ganhar essa licitação, uma hora tem que
saber desistir”, disse o presidente da unidade de negócios Defesa e
Segurança da Embraer, Luiz Carlos Aguiar.
Fonte: G1
0 Comentários