O governo líbio desmentiu quarta-feira as acusações de torturas contra o ex-primeiro-ministro, Al-Baghdadi Al-Mahmoudi, em detenção desde a sua extradição da Tunísia em junho último.
O vice-ministro da Defesa, Khaled Al-Chérif, cumulativamente diretor da Administração Penitenciária, desmentiu formalmente estas informações espalhadas pelos advogados de Al-Mahmoudi, sublinhando que este último está em « boa saúde ».
Segundo ele, o ex-primeiro-ministro "não sofreu de nenhum mau trato e goza de todos os seus direitos, em conformidade com as leis e  os regulamentos internacionais e conforme os princípios dos  direitos humanos".
  Al-Baghdadi Al-Mahmoudi - hoje

 Al-Baghdadi Al-Mahmoudi - Capturado

Para o governante líbio, as declarações do advogado tunisino de Al-Baghdadi são motivadas por considerações de política interna na Tunísia.
O advogado tunisino, Mabrouk Kurchid, lembre-se, afirmou que o seu cliente sofreu violentas torturas e que  estava "num estado crítico que poderá provocar a sua morte" .
"Desde a sua extradição pelas autoridades tunisinas, em junho de 2012, Al-Baghdadi Al-Mahmoudi está preso na cadeia militar de Tripoli. Nós deploramos e condenamos as medidas escuras e fora da lei praticadas contra Al-Badghdadi Al-Mahmoudi e que violam os princípios mais elementares de uma Justiça equitativa", indica um comunicado divulgado pelos advogados Pierre Olivier Sur, da Ordem dos Advogados de Paris, Mabrouk Kurchi e Mahdi Bouawaja.
As autoridades tunisinas extraditaram em junho Al-Mahmoudi, fazendo dele o primeiro alto responsável do ex-regime a ser julgado na nova Líbia.
Ele foi apresentado, em novembro último, à Justiça por acusações de corrupção e de incitação à violação sexual coletiva cometida durante a luta que fez destituir o ditador Kadafi em 2011.

Fonte: Africa 21