Segundo comunica a mídia, citando fontes no Ministério da Defesa, o departamento militar pretende “robotizar o exército”. Em perspectiva, robôs devem constituir até um terço dos equipamentos e armamentos das Tropas Terrestres. Ao mesmo tempo, há dúvidas quanto à necessidade robotizar com urgência as Forças Armadas.
Êxitos de robotização
Robôs
de diferentes destinos entram cada vez mais dinamicamente na composição
das Forças Armadas. Aparelhos não tripulados voadores e flutuantes (de
superfície e submarinos), máquinas terrestres de diversos tipos assumem
cada vez mais funções, desempenhadas anteriormente por pessoas.
Tais
equipamentos de destino militar apareceram pela primeira vez ainda nos
anos 30 do século passado e passaram a ser utilizados largamente na
Segunda Guerra Mundial. Cientistas alemães e americanos experimentavam
com “aviões-bombas” teleguiados, veículos Goliath dirigidos remotamente e
outros armamentos.
As semelhantes experiências foram
também efetuadas na União Soviética, por exemplo, no desenvolvimento de
tanques dirigidos à distância por canais de rádio, destinados para o
descobrimento de campos minados, a abertura de passagens em cercos de
arame, o lançamento de fogo, a desgaseificação ou a contaminação de
locais com substâncias tóxicas. No entanto, o nível tecnológico de então
foi insuficiente para tornar tais sistemas bastante seguros e os
trabalhos foram suspensos com o início da Segunda Guerra Mundial.
Drone AMEE (Autonomous Mapping Evaluation and Evasion) do Filme from Red Planet Movie - Planeta Vermelho.
A
seguir, o número de equipamentos militares teleguiados ia crescendo na
medida do desenvolvimento de tecnologias. No limiar dos séculos XX e
XXI, robôs terrestres, aéreos e marítimos de diferentes tipos passaram a
desempenhar um papel cada vez maior em ações militares. Aparelhos
voadores não tripulados são utilizados para reconhecimento, indicação de
alvos, apontamento de foguetes guiados. Muitos aparelhos são capazes
também de destruir alvos. Robôs terrestres se utilizam para
neutralização de minas e abertura de passagens em cercos. Além disso,
muitos deles têm armamentos e podem ser utilizados em ações militares em
condições de alto risco, por exemplo, em cidades.
Drone de reconhecimento do Império em Star Wars
Robôs
começam a participar também em abastecimento da retaguarda – a
companhia Oshkosh Track está desenvolvendo caminhões “não tripulados” e a
Boston Dynamics produz robôs-carregadores, cuja forma faz mencionar um
grande cão (a máquina chama-se de Big Dog), capazes de transportar até
75 kg de carga.
Drone aéreo Hunter-Killer do Filme Terminator - O exterminador do futuro - Aeronave VTOL desenvolvida no filme pela Skynet.
Contudo, apesar de rápido crescimento
de seu potencial, os robôs não alcançaram ainda e não alcançarão
durante um longo tempo as possibilidades de soldado e de equipamentos
dirigidos por pessoas. O principal problema consiste em potencialidades
óticas limitadas – nenhum sistema eletrônico de fibras óticas não pode
ser comparado com o sistema “cérebro humano – olho humano”. Mais uma
restrição é falta de uma inteligência artificial de pleno valor, capaz
de reagir operacionalmente à situação em constante evolução. Por estas
causas, são utilizados aparelhos dirigidos à distância e não plenamente
autônomos.
Drone ED-209 do Filme ROBOCOP
Aspirações básicas
Por
enquanto é prematuro falar de uma ampla robotização das Forças Armadas
da Rússia. Em primeiro lugar, é necessário resolver a tarefa de
abastecimento de unidades com equipamentos comuns – de caminhões a
aviões de caça, e desenvolver ao mesmo tempo a produção de robôs
vitalmente necessários, tais como aparelhos de reconhecimento não
tripulados, de neutralização de minas e submarinos para a Força Aérea,
as Tropas Terrestres e a Marinha.
Naturalmente, é
necessário acompanhar as tendências mundiais nesta esfera tanto para não
ficar para trás, como para não cair em entusiasmo excessivo quanto aos
resultados alcançados. Destaque-se que até hoje o conceito de “exército
robotizado” não foi testado em combates contra um inimigo que disponha
de meios contemporâneos de luta radioeletrônica. Levando em consideração
tais exemplos como a tentativa bem-sucedida do Irã de fazer aterrar um drone americano RQ-170 em 2011, não se pode por enquanto garantir a segurança de tais aparelhos.
Fonte: A Voz da Russia
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