Os robôs de combate serão as armas de nova geração. Os militares russos e o setor militar industrial definiram as prioridades no desenvolvimento de novos tipos de armamento e material bélico. O destaque foi dado aos sistemas de combate robotizados no máximo que reservam para o homem funções inofensivas de oprador.
Meio para diminuir perdas
As
perspetivas da robotização militar voltaram a ser discutidas numa
reunião do Conselho Social junto da Comissão Militar-Industrial do
governo da Rússia, dedicada à temática e aos vetores da atividade do
recém-criado Fundo de Pesquisas Prometedoras (FPP). A robotização
propõe-se como método que eleva consideravelmente a eficácia de ações
militares e diminui ao mesmo tempo as perdas esperadas.
Os
robôs de diferente destino são utilizados há bastante tempo e em número
crescente por militares de diversos países: aparelhos não pilotados
voadores e flutuantes (de superfície e submarinos), máquinas terrestres
de vários tipos assumem cada vez mais funções, desempenhadas até
recentemente por humanos. O número destes aparelhos crescia, enquanto no
limiar dos séculos a quantidade não passou à qualidade – robôs
terrestres, marítimos e aéreos de todas as espécies desempenham cada vez
maior papel em ações militares.
Aparelhos
voadores não pilotados são utilizados no reconhecimento e no
apontamento de foguetes guiados. Muitos deles são capazes, finalmente,
de destruir alvos. Robôs terrestres podem neutralizar minas e romper
cercos. Muitos deles são armados, podendo ser utilizados em operações
arriscadas, por exemplo, em ações militares em cidades.
Robôs
já estão participando em operações de abastecimento da retaguarda. A
companhia Oshkosh Truck desenvolve camiões "não pilotados" e a companhia
Boston Dynamics criou um robô-carregador, que se parece com um grande
cão (denominado de Big Dog), capaz de transportar até 75 quilogramas de
carga.
Variantes russas
O
relatório, apresentado no Conselho Social da Comissão
Industrial-Militar, propõe desenvolver várias famílias de robôs
militares: de aparelhos não pilotados de reconhecimento e de assalto de
longo raio de ação a robôs submarinos e exoesqueletos robotizados, que
permitam aumentar consideravelmente as capacidades físicas humanas.
É
necessário destacar o desenvolvimento de lanchas robotizadas para a
Marinha de Guerra, cuja elaboração foi anunciada recentemente pelo
vice-presidente da Corporação Naval Unificada (CNU), Igor Zakharov:
semelhantes aparelhos são utilizados por militares de muitos países. As
lanchas-robôs são bastante eficazes em ações militares em zonas
costeiras, na luta contra minas, em operações de reconhecimento e em
atos subversivos, podendo ser munidas de equipamentos para a destruição
de infraestruturas inimigas, de linhas de comunicação e para outras
missões.
Semelhantes
aparelhos podem ser utilizados em operações de reconhecimento da Marinha
de Guerra, em teatros de operações militares litorais no Báltico, nos
Mares Negro e Mediterrâneo e em arquipélagos do Sudeste Asiático. Nas
palavras do vice-presidente da CNU, Igor Zakharov, para conhecer as
últimas realizações nesta área, a corporação pretende adquirir uma
lancha-robôs "Inspetor" e um aparelho submarino à companhia francesa
Écho. No futuro, a CNU tenciona desenvolver seus próprios projetos
similares.
Sem euforia
Apesar
do crescimento rápido de seu potencial, os robôs não alcançaram ainda
(e não alcançarão durante muito tempo) as possibilidades dos soldados e
de equipamentos guiados pelo homem. Em primeiro lugar, as suas capacidades óticas são
limitadas: nenhum sistema ótico eletrônico pode ser equiparado ao
sistema "cérebro humano – olho humano" em conjunto com dispositivos
óticos de reforço. Mais uma limitação consiste na falta de inteligência
artificial capaz de reagir rapidamente à situação em evolução
permanente, o que obriga a utilizar nomeadamente aparelhos guiados à
distância e não completamente autônomos.
O
desenvolvimento de famílias de aparelhos guiados à distância e
autônomos (submarinos, terrestres e voadores) e de exoesqueletos
robotizados, capazes de elevar a eficácia de sistemas de armamentos
existentes e futuros, assim como de soldados, permite reduzir as perdas
humanas, o que é muito importante. Ao mesmo tempo, é necessário evitar
uma "euforia robotizada", quando nos robôs se depositam esperanças
exageradas que poderão levar no futuro a desilusões e a uma baixa
eficácia de projetos abertamente irrealistas.
Fonte: Voz da Russia
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