
Na primavera de 1938, a Heinkel recebeu do Reichsluftfahrtministerium um contrato para o desenvolvimento de seu Projekt P.1041, que envolvia especificações para um bombardeiro pesado de longo alcance. A especificação pedia por um bombardeiro pesado/anti-navio com capacidades de bombardeio de mergulho. Essa especificação ridícula se provaria a principal causa das falhas do He 177.
Embora quase 1.200 exemplares do Heinkel He 177 Greif fossem construídos, o modelo nunca mostrou seu potencial e ainda ganhou o apelido de "Caixão Flamejante". O motor Daimler Benz DB 606 tendiam a se incendiar e um grande número de incêndios em vôo ocorreram. Seis das oito aeronaves iniciais foram perdidas, a maioria devido aos incêndios, e muitos dos 35 primeiros exemplares de produção (construídos principalmente pela Arado) tiveram o mesmo destino.
DESENVOLVIMENTO
O primeiro protótipo voou em 19 de novembro de 1939 em Rostock-Marienehe. Esse primeiro vôo foi encurtado quando houve um superaquecimento do motor e vibração foi notada. As superfícies da cauda também foram condenadas e modificadas após a queda do segundo protótipo, cuja cauda se desintegrou em um teste de mergulho. Esse problema também ocorreu com o quarto protótipo. O quinto foi o primeiro a carregar armamento, compreendendo quatro metralhadoras MG 15 montadas no nariz, dorso, ventre e cauda. Foi também o primeiro a sofrer incêndio do motor e cair.
Três
outros protótipos foram construídos, os primeiros dois com nariz
modificado em que foram montados dois canhões MG FF de 20 mm e duas
metralhadoras MG 131 de 13 mm. Foram encomendados então 35 He 177A-0 de
pré-produção. Esses foram usados em testes de desenvolvimento e
treinamento de tripulações para voar a produção inicial He 177A-1, que
foi iniciada em março de 1942. A Arado construiu um total de 130
exemplares de quatro sub-variantes, cada uma com pequenas variações no
armamento, com as designações He 177A-1/R1 à He 177A-1/R4.
Um grande número de He 177A-1s foram entregues em julho de 1942 para operar com o 1./KG 40 em Bordeaux-Merignac, mas uma fraqueza estrutural nas asas levou a mais uma grande revisão no desenho, e os primeiros He 177A-3s modificados a ver serviço na Luftwaffe foram entregues no fim de 1942. Um total de 170 He 177A-3 foi construído, os primeiros 15 sendo designados He 177A-3/R1 e tendo motores DB 606A/B. Os restantes foram equipados com o DB 610 de 2.950 hp. Tinha velocidade máxima de 490 km/h e capacidade para 1.000 kg de bombas.
Foram
construídos ainda os He 177A-3/R2 com armamento ampliado, He 177A-3/R3
carregando três mísseis Henschel Hs 293, e o He 177A-3/R4 possuindo uma
gôndola contendo o equipamento de controle de míssil FuG 203. A
introdução do canhão de 75 mm na gôndola ventral foi feita no He
177A-3/R5, e três He 177A-3/R7 foram construídos e equipados para
carregar dois torpedos. A versão final de produção foi a He 177A-5 que
apresentava asa reforçada para permitir pesadas cargas presas sob ela;
os flaps foram modificados e o trem de pouso encurtado. Foi produzido
inicialmente como He 177A-5/R1 à He 177A-5/R4, sendo sub-variantes com
mudanças mínimas.
Se seguiu o He 177A-5/R5 que apresentava metralhadora remotamente controlada na traseira do compartimento de bombas, e o He 177A-5/R6 que teve compartimento de bombas reduzido. O He 177A-5/R7 introduziu o cockpit pressurizado, enquanto o He 177A-5/R8 apresentava armamento no queixo e cauda. Interessantes foram os cinco He 177A-5 convertidos para carregar armamento diferente, com o compartimento de bombas sendo usado para carregar 33 tubos lançadores de foguetes, sendo disparados para a frente num ângulo de 60º. Entregues em junho de 1944 e conhecidos como He 177 Zerstörer, serviram inicialmente com o Erprobungskommando 25 em Tarnewitz, mas ao que parece não foram usados operacionalmente. Seis He 177A-6/R1 foram construídos como plataforma de testes para a versão de produção proposta He 177A-6, que incluía proteção extra para a tripulação e tanques de combustível.
EM OPERAÇÃO
Durante a primeira metade de 1944, os alemães empregaram o Greif na Operação Steinbock,
uma ofensiva contra alvos britânicos, fazendo seus ataques em mergulhos
de alta velocidade a partir de grandes altitudes. Isso os permitiu
penetrar as defesas sem grande dificuldade, mas pouco fez para a
precisão do bombardeio. O He 177 também serviu no front leste, mas o
crítico suprimento de combustível da Alemanha e a concentração da
produção nos caças levaram o Greif a ser retirado de ação na Rússia no
fim de 1944.
Uma dessas aeronaves, particularmente notável, foi modificada extensivamente em Praga durante 1943-1944, visando ampliar seu compartimento de bombas para carregar a primeira bomba atômica nazista; nunca foi completada.
CONCLUSÃO
O
Heinkel He 177 Greif estava, desde o início, fadado ao fracasso. Uma
especificação absurda que insistia em um bombardeiro pesado capaz de
realizar mergulhos, o fato de nenhum motor disponível ser adequado, e
ser empregado em tarefas que nunca foi planejado para desempenhar,
realmente demonstraram a coragem e dedicação dos engenheiros que fizeram
com que esse avião fosse construído nos números que foi. O Greif foi
predecessor dos promissores He 277 e He 274, que foram para sempre
abandonados com o fim da guerra.
DADOS TÉCNICOS (He 177A-5)
Tripulação: 5
Comprimento: 22 m
Envergadura: 31,44 m
Altura: 6,7 m
Área alar: 101,5 m²
Peso vazio: 16.800 kg
Peso cheio: 31.000 kg
Motor: 2× Daimler-Benz DB 610 (DB 605 gêmeos) de 2.950 hp cada
Velocidade máxima: 565 km/h a 6.100 metros
Alcance: 1.540 km
Teto operacional: 9.400 m
Armamento: 2× canhões MG 151 de 20 mm, 3x metralhadoras MG 131 de 13 mm, 3x metralhadoras MG 81 de 7,92 mm, 7.200 kg de bombas, 3x mísseis guiados
O primeiro protótipo voou em 19 de novembro de 1939 em Rostock-Marienehe. Esse primeiro vôo foi encurtado quando houve um superaquecimento do motor e vibração foi notada. As superfícies da cauda também foram condenadas e modificadas após a queda do segundo protótipo, cuja cauda se desintegrou em um teste de mergulho. Esse problema também ocorreu com o quarto protótipo. O quinto foi o primeiro a carregar armamento, compreendendo quatro metralhadoras MG 15 montadas no nariz, dorso, ventre e cauda. Foi também o primeiro a sofrer incêndio do motor e cair.
Um grande número de He 177A-1s foram entregues em julho de 1942 para operar com o 1./KG 40 em Bordeaux-Merignac, mas uma fraqueza estrutural nas asas levou a mais uma grande revisão no desenho, e os primeiros He 177A-3s modificados a ver serviço na Luftwaffe foram entregues no fim de 1942. Um total de 170 He 177A-3 foi construído, os primeiros 15 sendo designados He 177A-3/R1 e tendo motores DB 606A/B. Os restantes foram equipados com o DB 610 de 2.950 hp. Tinha velocidade máxima de 490 km/h e capacidade para 1.000 kg de bombas.
Se seguiu o He 177A-5/R5 que apresentava metralhadora remotamente controlada na traseira do compartimento de bombas, e o He 177A-5/R6 que teve compartimento de bombas reduzido. O He 177A-5/R7 introduziu o cockpit pressurizado, enquanto o He 177A-5/R8 apresentava armamento no queixo e cauda. Interessantes foram os cinco He 177A-5 convertidos para carregar armamento diferente, com o compartimento de bombas sendo usado para carregar 33 tubos lançadores de foguetes, sendo disparados para a frente num ângulo de 60º. Entregues em junho de 1944 e conhecidos como He 177 Zerstörer, serviram inicialmente com o Erprobungskommando 25 em Tarnewitz, mas ao que parece não foram usados operacionalmente. Seis He 177A-6/R1 foram construídos como plataforma de testes para a versão de produção proposta He 177A-6, que incluía proteção extra para a tripulação e tanques de combustível.
EM OPERAÇÃO
Uma dessas aeronaves, particularmente notável, foi modificada extensivamente em Praga durante 1943-1944, visando ampliar seu compartimento de bombas para carregar a primeira bomba atômica nazista; nunca foi completada.
CONCLUSÃO
DADOS TÉCNICOS (He 177A-5)
Tripulação: 5
Comprimento: 22 m
Envergadura: 31,44 m
Altura: 6,7 m
Área alar: 101,5 m²
Peso vazio: 16.800 kg
Peso cheio: 31.000 kg
Motor: 2× Daimler-Benz DB 610 (DB 605 gêmeos) de 2.950 hp cada
Velocidade máxima: 565 km/h a 6.100 metros
Alcance: 1.540 km
Teto operacional: 9.400 m
Armamento: 2× canhões MG 151 de 20 mm, 3x metralhadoras MG 131 de 13 mm, 3x metralhadoras MG 81 de 7,92 mm, 7.200 kg de bombas, 3x mísseis guiados
Fonte: Sala de Guerra
0 Comentários