A Rússia pretende promover no mercado da Malásia remessas adicionais de caças modernizados Su-30MKM, declarou na exposição LIMA 2013 o chefe da delegação russa e vice-diretor da empresa Rosoboronexport Viktor Komardin.
Segundo o mesmo afirmou, a Rússia
não pretende oferecer à Malásia o seu caça prospectivo de quinta geração
T-50 por considerar que esse avião não corresponde plenamente às
necessidades do país: as qualidades do T-50, como a velocidade de
cruzeiro supersônica, serão inúteis nas condições da Malásia.
Nos
anos 2003-2009, a Malásia já tinha adquirido à Rússia 18 caças
Su-30MKM; os malaios anunciaram os seus planos para comprar
adicionalmente uma quantidade igual de aviões. Esses planos, contudo,
não se realizaram devido à crise econômica e a dificuldades orçamentais.
O
Su-30MKM é uma versão do caça Su-30MKI, criado pela Rússia para a Força
Aérea indiana. A concepção do Su-30MKI foi reformulada considerando as
especificidades malaias com a participação de um grupo de trabalho da
Força Aérea da Malásia. O avião tem no seu equipamento uma grande
quantidade de componentes e sistemas de fabrico ocidental, introduzidos a
pedido da parte malaia. Ele contém, nomeadamente, um HUD (head-up display)
no pára-brisas da Thales, uma câmara de infravermelhos de visão
dianteira NAVFLIR e um contêiner de marcação do alvo a laser LDP
Damocles. O radar russo Bars modernizado instalado no avião permite
atacar simultaneamente 4 alvos e monitorizar outros 15.
No
caso desse contrato ser assinado, a Malásia irá receber adicionalmente
18 aviões superiores em capacidade aos Su-30MKK chineses, mas inferiores
aos caças Su-35, cuja aquisição está sendo negociada entre a China e a
Rússia.
A
presença da Rússia nos mercados de armamento dos países do Sudeste
Asiático já é bastante significativa. Do número total de aviões e outras
aeronaves que realizaram voos de demonstração durante esta exposição,
49% corresponderam a material russo.
A
crise tem contido, nos últimos tempos, a realização dos planos malaios
para a compra de novos aviões de combate. Porém, o envolvimento da
Malásia nas disputas à volta das ilhas do mar da China Meridional, assim
como o aumento da tensão na região, poderão levar a Malásia a tomar a
decisão política de reforçar adicionalmente a sua Força Aérea dentro de
relativamente pouco tempo. Nesse caso, os caças russos serão os
principais candidatos à encomenda.
Uma
especificidade das operações sobre o mar da China Meridional é, por um
lado, a existência de um campo eletromagnético muito forte, criado pela
grande quantidade de radares que os diferentes países têm aqui em
funcionamento. Por outro lado, é a ausência real de bases aéreas
funcionais. As ilhas são muito pequenas, só alguns atóis é que possuem
pistas de decolagem, mas não há condições para um baseamento permanente
de aviação militar.
Nessas
condições, a grande autonomia de voo se torna na qualidade principal da
aeronave. Para a Malásia também é importante que o aparelho tenha
condições para transportar mísseis antinavio e antirradar com capacidade
para superar a defesa antiaérea dos novos contratorpedeiros chineses
052С e 059D, assim como das fragatas do projeto 054А.
Do
ponto de vista econômico a decisão de comprar caças Su-30MKM adicionais
também se poderá revelar a melhor para a Malásia. O país já possui um
centro de assistência pós-venda aos caças Su-30MKM e já está montado um
sistema de formação de técnicos e tripulantes para esse avião. Assim, o
orçamento da Malásia irá evitar gastos consideráveis com a criação de
uma infraestrutura a partir do zero.
Fonte: A Voz da Russia
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